sábado, 26 de outubro de 2013

Alma Negra M Blend


Muito agradável esse descompromissado vinho (no bom sentido). Caiu muito bem em jantar de família, inclusive com antepastos italianos. É um vinho fácil de beber, frutado, com aromas intensos de frutas vermelhas e especiarias. Predomina a varietal bonarda (70%), mas há também 30% de malbec, conferindo-lhe maior intensidade. Esse aí vale bastante  para um jantar descompromissado, ainda mais pelo seu custo x bebefício. A safra 2009 está prontinha para ser aberta e avidamente bebida.
 
Aroma - Agradável e com bastante intensidade de frutas vermelhas. Especiarias são sentidas com tímida sutileza.
 
Sabor - Fácil de beber, esse amigo acompanha quase qualquer refeição informal. Bons taninos, médio corpo  e final pouco persistente, ainda que bem agradável, são suas principais características. É vinho sem frescura, para abrir e começar logo os trabalhos, não precisando decantar e nem mesmo respirar na garrafa.
 
Vinícola - Ernesto Catena (Mendoza, Argentina).
 
Quanto paguei - Bebi na casa dos meus pais. Está a R$ 75,90 na Mistral.
 
Nota - 8,0.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

La Madrid Gran Reserva Malbec 2007


Ainda não conhecia essa vinícola e, muito menos, a sua linha gran reserva. Queria beber um vinho encorpado e resolvi abrir o amigo aí de cima, que eu havia comprado as cegas. E deu certo. Deixei o dito respirando uns quarenta minutos, para o álcool ir embora.  Recomenda-se decantação por trinta minutos, por conta de eventuais sedimentos do vinho, porém eu não fiz isso e sinceramente acho que não precisa. Após começar os trabalhos, os aromas apareceram com nitidez, principalmente chocolate e especiarias. Sabor agradável e, apesar de ser um vinho encorpado, é fácil de beber, não machuca a garganta quando desce. Só o final que não é persistente. No geral, gostei bastante e compraria de novo, mas acho que vou esperar uma promoção, ou então tentar o vinho top da vinícola (caso o preço permita).
 
Aroma - Chocolate intenso, especiarias (percebe-se canela sem muita dificuldade) e, talvez, pinho. É um vinho perfumado, bem atraente para cheirar antes de cada gole.
 
Sabor - Já que vinho bom é para ser bebido,  colocamos o dito na taça e começamos os trabalhos após a tradicional respirada na garrafa. É macio, muito gostoso, moderadamente frutado, fácil de beber e é encorpado. Bons taninos, porém, como ponto negativo, tem o seu final, que não é persistente. Já que ontem o objetivo era mais o vinho do que a comida, queria que o seu final ficasse mais tempo na minha boca, com aquela sensação de querer mais um pouco do que está na garrafa.
 
Vinícola - La Madrid (Argentina). O site tem versão em português. A propósito, até um tempo atrás, éramos ignorados e tínhamos que nos contentar com portunhol, apesar de sermos um dos maiores consumidores de vinhos e de turismo chilenos e argentinos. Felizmente isso está mudando e para melhor.
 
Quanto paguei - O vinho está a R$113,05 na Buywine, com desconto por fazer parte da confraria. Foi isso que paguei. Já na importadora, Terramatter, está em falta e por isso fico devendo.
 
Nota - 8,5.

Goulart Malbec Malbec 2009

 
Esse vinho desceu muitíssimo  bem. A primeira sensação que tive ao terminar de beber o dito foi justamente essa. Aliás, "descer bem" pode não ser um termo geralmente associado a elegância dos vinhos, que pedem palavras mais sofisticadas,  mas realmente me veio a cabeça assim que acabei os trabalhos. Eu não tinha gostado tanto do Black Legion, outro da vinícola Goulart que me foi enviado este mês pela confraria premium da Wine.com. Esse Malbec, contudo, superou as minhas expectativas. Os aromas são  intensos, havendo muito de chocolate . O sabor é bastante agradável, sendo esse amigo facílimo de beber e de gostar.
 
Aroma - Após 30 minutinhos respirando na garrafa, até antes disso, esse vinho pode ser despejado nas taças. Quando isso acontece é inevitável uma profusão intensa de aromas. O que primeiro vem a mente é chocolate, e esse vinho não tem medo de mostrar isso. Não tem a pretensão de ser elegante, mas sim tem a vontade de ser gostoso, sincero e acessível. Ainda percebemos outros aromas, tudo muito agradável, como frutas vermelhas e alfazema.
 
Sabor  -  Ótimo vinho mesmo. Médio corpo, taninos muito bem equilibrados, sabor persistente, muito macio na boca. Por tudo isso digo e repito: vinho muito fácil de beber. Além disso, não percebi álcool e o vinho desce muito bem pela garganta, o que é de extrema felicidade em se tratando de um vinho ainda jovem, com potencial para ficar mais alguns anos na adega.
 
Vinícola - Goulart (Mendonza, Argentina). Ótima vinícola, sobre a qual já falei em posts anteriores.
 
Quanto paguei - O vinho veio pela confraria premium da Wine e, por ora, está em falta lá. Acho que vale de 80 a 100 reais. Mas na Wine, vez por outra, os vinhos da Goulart entram em ótimas promoções. Vamos ver.
 
Nota - 9,3.
 
 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Chateau Saint Rock Kerbuccio 2011

Ótima aposta para quem deseja um vinho de médio corpo. Essa delícia francesa é elaborada por Grenache (40%), Syrah (40%) e Mouvedere (20%).  Confesso que comprei por conta da nota alta de RP (95). À exceção de vinhos que já experimentei, geralmente compro com base em blogs, crítica especializada e recomendação de amigos. Ocorre que em relação ao amigo aí não achei nada a respeito dele em outros blogs. Fui pelo Parker mesmo e não tenho vergonha de assumir. E também digo e afirmo que é um vinho muito, mas muito gostoso mesmo de se beber. Aromas bastante variados, sendo flores e alfazema os mais evidentes. Corpo médio, macio, tudo beleza para agradar  nosso paladar. É quase um vinho despretensioso, mas certamente dos melhores. Já comprei outro, para ficar na adega alguns anos.
 
Aroma - Vinho novo e com potencial tem que respirar na garrafa, não precisa decantar, mas ficar paradinho respirando na garrafa, isso precisa sim. O amigo aí, após meia horinha paradinho na garrafa, mostrou a que veio logo ao ser avidamente despejado nas nossas taças. Aromas marcantes de flores do campo e alfazema, lembrando um bucólico passeio no campo. Há algo bastante sutil de chocolate e, talvez, fumo. RP também sentiu "terra queimada" e "pedra molhada". Eu não.
 
Sabor - Delícia de vinho. Só no iniciozinho que o dito aí se mostrou meio alcoólico, ainda que não tenha chegado a ser agressivo. Depois que esse belo vinho se acomodou melhor na garrafa aberta, o nosso paladar foi estimulado intensamente. É um vinho macio, de médio corpo, bons taninos, de retrogosto agradável e acidez sutil. O mais importante é que ele é realmente delicioso, fácil de beber, de ser apreciado em uma degustação mais despretensiosa, ou talvez acompanhando uma refeição não muito forte. Gostei, achei fácil de beber, aprovei e comprei outro, porém desta vez vai ficar bonitinho uns anos na adega, pois aposto no potencial pelos próximos cinco anos.
 
Vinícola - Domaine Lafage (região de Roussilion, França). O ignorante aqui desconhece essa vinícola, mas fiquei com muita vontade de saber um pouco mais sobre os seus vinhos.
 
Quanto paguei - Essa beleza custa em promoção dezoito dólares nos EUA (US$ 36 é o preço normal), fazendo dele lá um monumental vinho do dia-a-dia. Aqui eu desembolsei R$170,00 mais frete na interessante loja virtual Via Vini (bons preços para os seus itens em promoção).
 
Nota - 9,2.

Chateau d Issan Margaux 2004

Vinhaço!!! Após respirar por uma hora, esse Margaux foi devidamente degustado na casa de meu sogro dias atrás. Aromas delicados e ao mesmo tempo marcantes de flores, algo animal, frutas negras, tudo bastante sutil, elegante e sem exageros. Paladar absurdamente atraente , com destaques para a maciez e os taninos suaves. Vinho delicioso, para se degustar aos poucos, sem misturá-lo com outros pratos. Margaux está situada no distrito de Haut-Medoc (região de Bordeaux) e é uma apelação de respeito para quem gosta de vinhos de médio corpo.  Eu não paguei nada, pois oferecido por meu sogro,  presente do meu pai, mas como seria óbvio o único  problema do amigo em nossas terras está no seu preço. Custa 40 libras na Inglaterra (R$150,00), um pouco menos na França, porém mais de quinhentos reais por aqui. Não tem carga tributária brasileira (inferior a 100%) que justifique os altos preços cobrados por nossas importadoras. Quem estiver em viagem pela Europa ou EUA recomendo muito esse delicioso Margaux; aqui no Brasil, por enquanto, tá caro demais. Segundo as revistas especializadas, é para beber de 2012 a 2025.
 
Aroma - Delícia discreta. É muito interessante quando um vinho apresenta aromas sutis, pouco intensos,  mas ao mesmo tempo muito atraentes, com bastante evolução no decanter.  Esse vinho  é justamente isso e demanda decantação por uma hora. Os seus aromas vão se alternando cada vez que balançamos nossas taças, implorando para degustarmos o amigo. Percebem-se flores, frutas negras e um pouco de animal, este bastante discreto mesmo.
 
Sabor - Após uma hora devidamente decantando, começamos os trabalhos. Todos à mesa adoramos esse fabuloso vinho. Ele apresenta médio corpo, paladar intenso, lembrando perfeitamente como um vinho Margaux é agradável de se beber. Com taninos e acidez equilibradas, esse fabuloso vinho desce muito bem. Apesar de não ser encorpado, preenche a boca e possui instigante retrogosto, sendo aveludado em sua consistência. A cada gole do dito aí de cima, a sensação irresistível é de colocar mais desse amigo na garrafa. Fácil de beber, de gostar e de querer mais. Vinhaço!
 
Vinícola - Chateau D ´Issan (Margaux, Bordeaux, França). Leigo que sou, não conhecia essa vinícola. No seu site constam outros três vinhos produzidos pela vinícola, porém  com explicações em francês. Fico devendo maiores informações.
 
Quanto paguei - Nada, pois tomei na casa do meu sogro. Na Mistral (importadora) está custando a fortuna de R$516,00.
 
Nota - 9,5.

sábado, 19 de outubro de 2013

Hubert Weber Winemakers Selection 2007

A vinícola é pouco conhecida, mas é um delícia de vinho. É assim que preciso começar  me referindo a essa beleza, feito numa vinícola argentina com nome, creio, alemão. Trata-se de um blend, em que prevalece a cabernet sauvignon (70%). É encorpado, intenso, de final persistente. Suas lágrimas escorrem com força pela taça. Explosão incessante de aromas, me remetendo a cassis, especiarias, carvalho, além de algo bem sutil de fumo e flores.  É uma delícia para se degustar, assistindo a um filme, ou apreciando um bom livro. É preciso alertar que os taninos estavam fortes, mas isso, talvez, porque eu não tenha decantado. Apenas deixei esse vinhaço respirando quarenta minutos na garrafa, o que não se mostrou suficiente. Apesar dos taninos meio agressivos, o resto estava ótimo. Vinho para quem gosta de paladares intensos, merecendo bela degustação.  E não façam como eu, decantem o amigo, porque ele necessita e merece. Ao que consta do site da vinícola, o amigo é o top de lá. Para quem curte guias, o Descorchados conferiu 95 pontos, confirmando a riqueza desse vinho. 
 
Aroma - Esplendido! A variedade de aromas é sentida com facilidade a cada balançar da taça. Instigante mesmo. Notei principalmente carvalho e especiarias. Mas creio ter sentido cassis e, com mais sutileza, algo remetendo a flores e a fumo. Não notei cheiro de álcool.
 
Sabor - Já que o mais importante de um vinho é o paladar, o dito aí de cima é adequado para uma boa degustação -- ou outra atividade aprazível, como leitura ou um bom filme. Isso porque o amigo é delicioso, intenso, encorpado, persistente, bons taninos  e de final prolongado. Acho que notei algo de pimenta. A acidez, contudo, me pareceu o ponto negativo desse vinho. Em razão de sua intensidade, ele deve ser decantado por uns quarenta minutos. Não fiz isso e me arrependi. Enfim, delicioso vinho, que é ideal para uma degustação, em que ficamos aguardando pacientemente (nem sempre) a decantação, a espera de iniciar os trabalhos.
 
Vinícola - Hubert Weber (Mendoza, Argentina). Nunca tinha ouvido falar, mas me despertou curiosidade, pois o proprietário é suíço, salvo engano, e mora em Mendoza. Vinícola boutique, cuja produção é pequena. O amigo aí de cima é apresentado como o top. E é muito bom!
 
Quanto paguei - R$118,15, já com desconto de associado da Buywine.
 
Nota - 9,0.

Chianti Classico Tenuta Sant ´Alfonso 2009


Aqui no Rio de Janeiro ir a um bom restaurante, ainda mais se for sofisticado ou metido a isso, é quase sempre sinônimo de  sentir o meu bolso severamente lesado (fraco custo x benefício).  E se o jantar for "harmonizado", regra geral, significa dois dedos de vinho na taça, sendo que se você pedir mais está arriscado que o sommelier, com sorriso amarelo, diga que o vinho é para "degustação" -- como se isso justificasse a indelicadeza de servir tão pouco vinho. No fundo, a gente sabe que o interesse com isso é o lucro fácil, e  as nossas custas. Isso também acontece em pretensiosas degustações pela cidade maravilhosa, que tanto adoro. Felizmente, na Mesa do Chef do Cipriani tudo foi espetacular. Esse restaurante se situa no Copacabana Palace, hotel mais tradicional do Rio e, para mim, muito mais agradável que o pretensioso Fasano (o do Rio de Janeiro). O Cipriani passou por recente remodelação, tornando-se mais moderno e suave, sem perder a maravilhosa vista para a piscina principal do hotel. Mas aqui estamos falando do jantar harmonizado (Mesa do Chef). Trata-se de uma mesa exclusiva (para até seis pessoas) dentro da refrigerada cozinha do estabelecimento. O novo Chef se chama Orini,  é italiano legítimo, simpático e prepara próximo aos comensais as porções dos pratos a serem degustados, todos fartos e de  bons a excelentes. Não tem espuma e tampouco fumaça. É comida de verdade! E muito saborosa! Éramos seis grandes amigos. Cheguei a doze pratos, todos concluídos e apresentados pelo chef. O recorde de nossa mesa foram treze, mas nos falaram que  teve ocasião em que o comensal passou de vinte. E tudo isso muito bem harmonizado e sem pagar um centavo a mais. No início foi espumante geladíssimo, depois vinhos brancos variados. Já os vinhos tintos ficavam na mesa, à disposição da gente, e eram trocados quando acabavam. E ainda teve o vinho doce. Maravilha. O preço por pessoa é de R$550,00, incluindo gratificação (um garçom à disposição da mesa). E o vinho objeto do meu blog? Bem, esse Chianti clássico aí de cima assumiu o papel de coadjuvante dessa estupenda refeição (estupenda em todos os sentidos).  Quando falamos em degustação de comida, o vinho deve ser um bom coadjuvante, ou seja, não pode brigar com os pratos servidos. O nosso amigo acompanhou bem as massas e os pratos de carne. É um vinho de pouco corpo, leve no aroma e paladar. Não senti álcool, e o dito apenas respirou uns minutinhos na garrafa. Boa acidez, bons taninos. Enfim, tudo certinho para o papel de ótimo coadjuvante. Certamente pode assumir, em outras ocasiões, papel de maior destaque, já que é fácil e agradável de beber. 
 
Aroma - Leve e atraente, remetendo a  frutas vermelhas (sem excessos)  e a algo terroso. Pouco além disso, tal como a maioria dos Chianti Clássicos.
 
Sabor - O principal trunfo desse Chianti é que no apaladar ele acompanha muito bem diversos pratos italianos, como massas com molho de queijo e carnes vermelhas e algumas brancas. Fácil de beber, de gostar, de querer reabastecer a taça. Pouco corpo, mas não chega a ser sem graça. Aliás, esse amigo é acima da média de um Chianti clássico.  Há vezes que um bom vinho é aquele que, com dignidade, assume o papel despretensioso  de coadjuvante em um jantar. Essa é função do nosso amigo aí. Honestíssimo e pronto para ser consumido.
 
Vinícola - Rocca dele Macie (Toscana, Itália).
 
Quanto paguei - um dos vários vinhos incluídos no jantar (foram um espumante, dois brancos, dois tintos e um doce -- tudo à vontade e com reposição de garrafas!). No site da importadora Decanter encontrei essa belezinha por R$124,90. Mas em 2011 estava custando R$ 75,00 na mesma Decanter  ( http://omelhorvinho.uol.com.br/vinhos/view/chianti_classico_tenuta_santralfonso_2007_2). Será que agora, com o dólar baixando, as importadoras que repassaram o aumento da moeda americana  também  diminuirão os preços, com o dólar caindo???
 
Nota - 8,0.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

D V Catena Syrah-Syrah 2010

Almoço em família é muito bom, gosto sempre, independente do prato servido. E fica melhor ainda quando há um  vinho delicioso para acompanhar . Sou fã da vinícola Catena Zapata. À exceção do basicão Los Alamos, acho todos os seus vinhos de muito bom para cima.  Esse delicioso vinho é feito de syrah proveniente de dois vinhedos diferentes, o que lhe confere mais personalidade. Ele é intenso, sim, mas tudo nele é equilibrado. Seus aromas  marcantes são de frutas vermelhas e madeira, além de toques de especiarias, mas não há nada de enjoativo, tampouco adocicado. Na boca, o dito aí de cima mostra-se macio, quase aveludado, com taninos firmes, acidez moderada, final persistente, lágrimas robustas percorrem a taça a cada gole.  O sabor é comportado, sem excessos, sem muita necessidade de  exibir a sua  madeira e suas frutas vermelhas. Preenche a boca, embora o paladar não chegue a ser marcante, talvez até porque o maior mérito do vinho é ser equilibrado, sem grandes pretensões ou invencionices. Justamente por ser comportado, esse amigo é ideal para acompanhar uma boa refeição em família, como massas e carnes, inclusive com aquele jeito caseiro.
 
Aroma - Logo quando o vinho atinge a nossa taça são perceptíveis madeira e frutas vermelhas, tudo na medida para quem gosta de vinhos do Novo Mundo, como eu. Aprecio, também, os comportados europeus. Só não gosto de vinhos comerciais demais, com excessos que procuram ocultar imperfeições. Não é o caso deste DV Syrah-Syrah. Honestíssimo.
 
Sabor - Delicioso e fácil de beber desde o início. Há muitos vinhos de primeira, bem carinhos, que pela complexidade ou idade precisam ser decantados. E há os vinhos jovens, ariscos, que se não descansarem uns trinta minutinhos na garrafa ficam alcóolicos e agressivos  em demasia. Felizmente, esse amigo aqui é perfeito para se abrir e beber com prazer e sem culpa. Nitidamente se percebe frutas vermelhas e madeira, em perfeita harmonia. Não é vinho "complexo", mas sim um ótimo custo x bebefício. O seu jeito discreto é ideal para acompanhar longa refeição em família ou com amigos. É fácil de beber e quase todos gostam, repetindo o ritual de preencher a taça com satisfação crescente.
 
Vinícola - Catena Zapata (Mendoza, Argentina). Espetacular, conceituadíssima em qualquer canto do mundo. Produz vinhaços (caríssimos no Brasil), como o Malbec Argentino e o Estiba Resdervada, além de outros com preços mais acessíveis, como o ótimo Angelica Zapata Malbec. Pena que a importadora no Brasil (Mistral) tenha repassado todo o aumento do dólar aos preços dos vinhos. Pior é que o dólar já abaixou e não senti o reflexo disso nos preços dos vinhos da Mistral.
 
Quanto paguei - Na verdade, foi almoço de família e não paguei nada. Na Mistral está por R$80,44. Verifiquei em um blog mais antigo que há dois anos esse vinho, safra 2006, estava a R$58,00 na mesma Mistral (fonte da informação: http://leigovinho.blogspot.com.br/2011/02/dv-catena-syrah-syrah-2006-kung-fu-de.html ).
 
Nota - 8,5.

B - Black Legion Bodega Goulart 2010

Desde que adquiri -- e devidamente bebi e aprovei -- os vinhos M da Bodega Goulart fiquei curioso para atingir voos maiores, buscando categorias mais elevadas da vinícola. O Black Legion, no preço e na proposta, é superior ao M, o que me gerou muita expectativa. Esse vinho me foi enviado pelo clube premium da Wine.com, recém criado (o clube básico existe há 3 anos). Abri dias depois da remessa, mas acho que me precipitei. O amigo precisava ter descansado um pouco na adega. Ao abrir a garrafa deixei o vinho respirando por trinta minutos, mas sem decantar. No início, senti álcool em excesso. Mas após meia horinha, não havia mais álcool, e surgiam aromas variados em nossas taças, como cassis, amoras, chocolate (bastante sutil) e algo lembrando madeira. No paladar o vinho se mostrou jovem e meio agressivo no início. Depois daquela tradicional respirada na garrafa ele melhorou bem. O dito é muito gostoso, sim, com taninos firmes e final persistente. Porém, a acidez foi sentida um pouco acima do agradável. Continuo sendo fã da vinícola Goulart, pelos vinhos e sua história, relacionada à nossa História. Talvez eu tenha me precipitado ao não decantar o amigo, mas penso que um vinho safra de 2010, que não  tem como proposta elegância e sutileza, deveria bastar uma respirada de trinta minutos na própria garrafa. Enfim, a lição é que para o Black Legion a decantação é recomendável, e por mais de trinta minutos.
 
Aroma - No início muito álcool. Após mais de trinta minutos respirando na garrafa, melhorou muito. Cassis e amoras sentidos em profusão. Notas leves e agradáveis de chocolate  foram percebidas, assim como algo remetendo a madeira. Muito agradável. Cada balanço da taça, um aroma a mais.
 
Sabor - No começo o amigo, mesmo após respirar,  se mostrou meio agressivo, muito jovem. Posso ter me precipitado ao não decantá-lo, mas o dito respirou tranquilamente uns trinta minutos na garrafa antes de começarmos os trabalhos. Após respirar mais um bocado na garrafa, felizmente  a sensação de álcool se dissipou e passamos a curtir muito mais esse belo vinho. Ele é gostoso, com bons taninos, macio e final persistente, com  agradável retrogosto. Médio corpo. Infelizmente, a acidez excessiva persistiu ao longo da brincadeira. Acompanha bem queijos duros, como aqueles "tipo" grana padano não muito gorduroso, cujo preço atualmente é bem em conta no supermercado (o "tipo" grana padano nacional).
 
Vinícola - Boudegas Goulart (Mendonza, Argentina) - já escrevi um pouco sobre ela no post sobre o seu ótimo custo x bebefício M - The Marshall.
 
Quanto paguei - Recebi na primeira remessa do clube premium da Wine.com. Atualmente está em falta na Wine.com e, por isso, deixo  de fornecer o preço. Não encontrei outros sites vendendo.  Penso que um preço justo seja oitenta reais, mas assim que a Wine.com  repuser o estoque eu coloco o preço.
 
Nota - 8,0.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Celler Besllum 2008

Muito  se fala de vinhos espanhóis relativamente baratos, recentemente introduzidos no mercado brasileiro, e com notas altas, principalmente de RP. Digo e insisto que o importante é o cliente ficar satisfeito com o vinho pelo preço que pagou, ao invés de ter como principal parâmetro avaliações da crítica especializada. Nota de "especialista", pra mim, serve  só para ajudar na compra. Na hora de beber, cada um tem o seu gosto. Agora, que esse Celler Besllum é fácil de beber e de agradar, isso é. O amigo aí, composto de 50% garnacha e 50% carignan, tem aromas atraentes de frutas vermelhas, fumo, flores e algo herbáceo. Paladar delicioso, médio corpo, tudo equilibradinho pra agradar na harmonização ou numa degustação entre amigos. Combina muito bem com "tapas" espanhóis, inclusive alguns mais condimentadas. Comprei mais um, que já está na adega, e ficará por um ano. Vamos ver se o tempo lhe fará bem.
 
Aroma - Frutas vermelhas, fumo, um pouco de especiarias e algo meio herbáceo. Vinho que instiga mexermos na taça, para o nosso olfato apreciar a variedade que exala. Tudo muito agradável, nada enjoativo. As flores aparecem após uma respirada na garrafa.
 
Sabor - Após 30 minutos na garrafa, o amigo respirou bem, deixando evidente o seu equilíbrio na acidez e nos ótimos taninos.  O primeiro ataque na boca me pareceu tímido, apesar da inegável maciez (sedoso). A medida em que apreciávamos o dito, acompanhado de "tapas", ficou claro que a sua maior virtude é descer redondinho, bem fácil mesmo.  Alguns gostam mais, outros menos, porém ainda não vi ninguém que torça a cara para esse belo vinho. Ele está prontinho para ser devidamente consumido, de preferência ente amigos, em meio a conversa descompromissada.
 
Vinícola - Celler Malondro (Espanha). Não conheço a vinícola e não consegui acessar o site.
 
Quanto paguei - R$71,40 na Wine.com, já com desconto pelo clube. Na importadora (Grand Cru) está a R$83,00. Realmente, é inadmissível se pagar menos em loja on line do que na própria importadora. Cada vez mais fica evidente para mim que tem importadora usando os pretextos (reais) dos nossos impostos   e do dólar alto para vender com  margem de lucro excessiva ao consumidor final.
 
Nota - 8,5.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Laura Hartwig Gran Reserva 2009

Um bom vinho começa pelo rótulo, que pra mim conta 10% (aroma vale 30% e paladar 60%). O amigo aí de cima, um  blend da Laura Hartwig, repete no rótulo a gravura da senhora que confere nome à vinícola, sua fundadora. Esse desenho sugere  uma vinícola familiar, mais preocupada com as tradições e os terroirs, do que lucro e venda fácil. Na safra 2009, que provamos, prevaleceu a carmenere (67%).  Aromas agradáveis, com frutas vermelhas (predomina cereja) e sugestão de madeira. A cada mexida na taça, novo aroma estimulava a nossa curiosidade. Mas já que vinho é feito para beber, partimos para os trabalhos. Aí é que veio a minha pequena decepção. Esse blend, no paladar, estava comercial demais, com muita necessidade de parecer frutado. Não sou dos tradicionalistas, que curtem apenas os mais elegantes e discretos europeus. Gosto também de vinhos frutados do Novo Mundo. O que não dá são os excessos nitidamente marqueteiros, ainda mais para uma vinícola com esse jeito tão familiar e simpático. Pode ser que eu tenha dado azar, mas  o sabor de groselha estava um pouco enjoativo. Apesar dessas minhas ressalvas, bebemos bem esse amigo, apreciando muito mais os deliciosos aromas e o belo rótulo do que o paladar. Infelizmente, é o sabor que conta ao final de tudo. E eu já havia tomado um reserva (não lembro a varietal) dessa vinícola na casa de amigos, meados deste ano, e havia curtido muito. Isso gerou expectativa maior para esse blend gran reserva. Provavelmente, darei uma nova oportunidade, até porque já li vários elogios a respeito.
 
Aroma - Atraentes sabores exalam da taça a cada balançar. Aparecem cerejas, madeira e especiarias, tudo em perfeita harmonia. É um convite irresistível para iniciarmos os trabalhos e bebermos o vinho que está a nossa frente.
 
Sabor - O nosso amigo respirou trinta minutos na garrafa antes de ser apreciado. Assim, na boca não se mostrava agressivo. Ao contrário, o dito se comportou bem, havendo bons taninos e acidez equilibrada. Infelizmente, o gosto de groselha se mostrou excessivo, um exagero que a meu ver pode ser comercial, de modo que o vinho atenda bem quem curte o perfil frutado dos chilenos. O problema é que eu aprecio vinho frutado, tal como gosto dos mais comportados da Europa. Apesar disso, não consegui me entusiasmar por esse Gran Reserva. O vinho, ao longo do consumo, se mostrou meio enjoativo, talvez levemente "adocicado". Ainda darei mais uma chance, porém não vou arriscar harmonizar com um jantar. Talvez, numa outra safra, venha a ser o primeiro vinho de uma degustação. Assim, se novamente fizer feio, compensaremos com outros depois. E se fizer bonito, o que espero e torço, comprarei outros.
 
Vinícola - Laura Hartwing (Vale Colchagua, Chile).
 
Quanto paguei - R$ 110,42 na Buywine, com desconto por integrar o clube. Aliás, é um absurdo custar R$140,00 na Terramatter, a importadora. Sabemos que os impostos são altos por aqui, porém, quando uma loja on line vende mais barato que a importadora é porque esta está cobrando excessivamente do consumidor final. Como deixo bem claro no meu post, não gosto de pagar mais do que o vinho vale. Bola fora para a Terramatter.
 
Nota - 7,0.

domingo, 13 de outubro de 2013

Undurraga TH Carbernet Sauvignon 2010

Esse é mais um vinho que adquiri em duas unidades, bebi logo uma e a outra (a belezinha aí da foto) deixei na adega, para guardar por mais um ano. A linha TH (Terroir Hunter), da Undurraga,  é realmente muito boa, fácil de apreciar e com preço que não machuca. Sabores  e aromas intensos, algo frutado, e presença sutil de violetas. Na boca é intenso, persistente, frutado e com um pouquinho de madeira. A Buywine tem comercializado os vinhos da Unduraga, sendo que eu fui apresentado à linha TH na remessa mensal por fazer parte do clube 90+. Gostei muito, principalmente porque, apesar do vinho ser jovem e meio agressivo no início, é fácil de beber e de curtir após uma respirada na própria garrafa.
 
Aroma -É frutado, isso não pode ser negado. Porém, não senti excessos. Tudo é agradável, em harmonia. As frutas vermelhas são evidentes,  mas há também uma lembrança de violetas e madeira.
 
Sabor - Vinho que não deseja ostentar "maiores complexidades". Na verdade, a proposta do vinho é entreter com o seu paladar fácil, simples,  agradável, frutado. O amigo precisa respirar por meia hora, na garrafa mesmo, pois ainda é jovem e meio agressivo. No paladar se  mostra muito atraente, mesclando frutas e madeiras em harmonia, com corpo, bons taninos e final persistente. Não percebi excesso de madeira ou fruta.
 
Vinícola - Undurruga (Vale do Maipo, Chile). A linha TH é intermediária, valendo bastante pelo custo x bebefício.
 
Quanto paguei - R$92,65, na Buywine, já com desconto por fazer parte do clube. 
 
Nota - 8,5.

Le Difese 2009 - Tenuta San Guido

Ocasiões especiais demandam comemoração e pedem um bom restaurante e belos vinhos! No dia 04 de outubro fomos conhecer o Alloro, italiano situado em Copacabana, pertinho do Leme. O restaurante é muito agradável, com mesas grandes e afastadas (espero que a moda do Olympe -- mesas minúsculas e próximas -- não pegue na cidade), atendimento eficaz, atento e educado, além de boa e legítima comida italiana. Busquei pratos fortes, com molho intenso, sendo o principal um  file com fondue de queijo e especiarias, acompanhado de fetutine. O eficiente sommelier, na faixa de preço que eu havia apontado, me sugeriu o Le Difese, vinho "mais simples" da Sassicaia. Gosto muito dos supertoscanos, ainda mais quando conseguem mesclar uvas italianíssimas, como a sangiovese, com francesas, como a cabernet sauvignon. Esse Le Difese acompanhou muito bem o nosso jantar especial. Ele é potente, ótimos taninos, evolui bem após respirar, tem final persistente e delicioso retrogosto.  Vinho jovem que, se possível, merece uns cinco anos na adega, imagino eu, para atingir o auge. O restaurante Alloro é uma ótima pedida para quem aprecia cozinha italiana tradicional, sem invenções, e com bom custo-benefício. Esse amigo aí de cima  se mostrou um  autêntico toscano e cairá bem com quase todos os pratos italianos mais encorpados. E vale ter um em casa também, descansando alguns anos na adega.
 
Aroma - Frutas vermelhas aparecem com sutileza, principalmente framboesa. Há um pouco de chocolate e madeira. O aroma é intenso, bastante atraente, mas nada se sobressai, ou seja, não há excesso. Tudo harmonioso.
 
Sabor - A composição de 70% de Cabernet Sauvignon e 30% de Sangiovese confere um caráter especial ao Le Difese. Gosto de vinhos com personalidade, com identidade, e este possui. O paladar é intenso e encorpado, apresentando ótimos taninos, que limpam a boca para pratos italianos suculentos. Retrogosto persistente.  O vinho tá jovem e merece uns quarenta minutos em decanter antes de começar os trabalhos. Aliás, se der para resistir, convém deixa-lo uns anos na adega. Penso, e quero acreditar nisso, que ficará ainda melhor.
 
Vinícola - Tenuta San Guido (Toscana, Itália), produtora do supertoscano Sassicaia. É o terceiro vinho da San Guido. E mesmo sendo o "terceiro" é muito gostoso.
 
Quanto paguei - No restaurante, que não exagera nos preços, paguei em torno de R$230,00, Na importadora (Ravin) está R$188,00.
 
Nota  - 9,2.

Cartagena Pinot Noir Tres Vinedos 2011

Pinot Noir sul-americano é  frutado e isso ninguém discute. A questão é saber se dá satisfação ao beber o vinho. Aliás, uma coisa é  a preferência pelos sóbrios e sofisticados de Borgonha, outra é conseguir aqui no Brasil um delicioso Pinot Noir por menos de cem reais, sendo que esta última é justamente a proposta do dito aí de cima. É muito gostoso, no aroma e paladar, sendo que a fruta não é excessiva, e não parece ter sido propositalmente colocada para mascarar alguma falha na produção. Esse vinho já foi apreciado em duas ocasiões: com amigos e com minha esposa. Nas duas vezes cumpriu muito bem o seu papel de vinho fácil de beber, que agrada e muito as papilas gustativas, e custa menos de cem reais. A última garrafa (esta da foto) está na adega, aguardando mais um ano. Vamos ver o que teremos, quando o vinho estará menos jovem e, em tese, ideal para ser bebido.
 
Aroma - É harmonioso, leve e atraente. A medida que girávamos nossas taças, éramos remetidos a frutas vermelhas, framboesa, além de notas sutis de couro, terra, caramelo e chocolate. Impressionou-me bastante um vinho de baixo custo (no Chile) ter aromas tão distintos e peculiares.
 
Sabor - Delicioso, equilibrado, médio corpo (ainda mais se comparado a um Pinot Noir tradicional) e com personalidade. Frutado sim, mas sem excessos, não havendo qualquer interesse em ocultar eventuais vícios de produção. O tempo na barrica lhe confere algo de tostado, ou parecido. Acompanha muito bem refeições leves e também é ótimo para iniciar uma boa degustação entre amigos. Grande surpresa esse aí.
 
Vinícola - Casa Marin (Chile). Vinícola familiar, de baixa produção e colheita tardia. Os vinhedos, segundo eles dizem, estão situados em terroir único, conferindo aromas e sabores peculiares aos seus produtos. Peço licença para divulgar um post bem legal, de  blog de outro autor (Idas e Vinhas), sobre a Casa Marin: http://www.idasevinhas.com.br/2013/01/idas-e-vinhas-na-estrada-11122012-parte.html
 
Quanto eu paguei - R$92,65 na Buywine, já com desconto por fazer parte do clube.
 
Nota - 9,0.

sábado, 12 de outubro de 2013

Milcampos Tempranillo 2010

A pontuação de um vinho, principalmente aquela conferida por RP, é objeto de bastante discussão hoje em dia. Parece-me que, quando não conhecemos o vinho, acabamos nos guiando por alguma pontuação, ou comentário em blog neutro, ou seja, que não pertença a alguém que possui interesse na venda do produto. Não vejo problema nisso, mas é fundamental observarmos o preço, pois as notas devem ser em proporção ao preço do vinho.  RP conferiu 94 pontos ao dito aí de cima. Vinho simples, 100% tempranillo, custando em torno de R$50,00 em meados deste ano. A primeira vez que comprei, isso realmente se deu pela minha curiosidade de tomar um vinho barato e tão pontuado por RP. Abrimos poucos dias depois. Vinho potente, levemente alcóolico, final agradável e paladar gostoso. Comprei mais dois deles e não me arrependi. Ainda achei o amigo um pouco agressivo, então deixarei na adega uma garrafa. Ano que vem tomarei o restante e, creio, estará melhor. Vejam opinião diferente da minha: http://www.diariodebaco.com.br/index.php/2013/09/milcampos-vinas-viejas-tempranillo-2010-voce-ainda-compra-pontos/
 
Aroma - Agradável, remete a frutas vermelhas e algo ligado a flores. Ainda depois de respirar uns 30 minutos, não percebi novos aromas. É um vinho barato, que aqui custava cinquenta reais quando os comprei em meados desse ano. Não é complexo e nem pretende sê-lo.
 
Sabor - Convém respirar uns 30 minutos, na garrafa mesmo, para que o álcool não atrapalhe. Encorpado (sem excesso), paladar intenso típico da tempranillo. É um vinho gostoso, mas não é elegante. Imagino que não passe de oito euros na Europa, ou seja, é vinho do cotidiano, mas dos bons.
 
Vinícola - Bodega Milagrosa (Ribera del Duoro, Espanha).
 
Quanto paguei - em torno de R$50,00 em meados deste ano, mas na Grand Cru (importadora), hoje, esta a R$60,00. Acho que fez sucesso.
 
Nota - 8,0.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

San Fabiano Calcinaia Chianti Clasico 2009

O restaurante Gero (e os demais do grupo Fasano) tem uma das cartas de vinho mais caras do Rio de Janeiro, que já é uma cidade bem carinha (apesar de maravilhosa). O Gero - Barra da Tijuca não foge à regra. Irrita-me olhar para aquela lista de bons vinhos e saber que estou pagando 150% a mais que numa importadora. O lugar é agradável, ambiente elegante, comida boa. Mas os vinhos são uma afronta ao meu bolso. Por isso, faço o que costuma dar certo em qualquer restaurante: peço ao sommelier que, na faixa de preço "x" me indique um belo vinho que, quando eu consultar a internet em casa, não me parecerá que o preço foi extorsivo. E foi nessa feliz atitude que o competente sommelier do Gero - Barra me indicou o San Fabiano. É um chianti clássico de respeito, 100% sangiovese. Cor violácea, médio corpo, agradável, rústico e vai muito bem com massas ao molho de tomate e até pratos um pouco mais condimentados.
 
Aroma - Agradável, típico Chianti clássico, nitidamente abaixo de um reserva. O couro é intenso, sempre me fazendo lembrar o campo. Há também fumo, levemente.  Gostoso e sem maiores complexidades.
 
Sabor - Muito gostoso esse vinho de médio corpo.  Estilo bem característico de um Chianti. Não tem tanta personalidade, porém não faz feio. Pelo contrário: é agradável de beber e combina com massas em geral. Final longo, persistente. Enfim, nada mais, nada menos, que um bom Chianti.
 
Vinícola - San Fabiano Calcinaia (Toscana, Itália).
 
Quanto gastei - foi carinho no Gero, mas está a R$121,70 na Decanter, que inclusive tem o riserva.
 
Nota - 8,0. 

Mitolo GAM Shiraz 2007

Belo australiano. Como é bom um almoço em família, ainda mais no bom (mas caro) restaurante italiano Duo (Barra da Tijuca, Rio de Janeiro), cuja carta de vinhos é excessivamente careira. Optamos em seguir a indicação do sommelier e acertamos em cheio, inclusive no custo x bebefício. Queríamos um vinho encorpado e ao mesmo tempo fácil de beber. Eis o Mitolo GAM. Produzido em vinícola familiar na Austrália, esse Shiraz é de cor escura (vermelho rubi ou violeta?), macio em boca e ao mesmo tempo bastante encorpado. É um  vinho que se destaca pela intensidade (aroma e retrogosto) e pode brigar com pratos de massa mais leves. Prefiro ele numa degustação entre amigos ou para bem acompanhar carnes vermelhas. Certamente fará bonito.
 
Aroma - Muito agradável e instigante desde o início. Após um tempo respirando em decanter (sugiro deixar meia hora pelo menos), os aromas ficaram mais intensos, remetendo a frutas negras, chocolate e especiarias. Esse aí, quanto mais girávamos a taça, era maior a explosão de aromas. Vale deixar ele respirando algum tempo, pois esse amigo realmente precisa de oxigênio para mostrar o seu potencial.
 
Sabor - Encorpado, mas sem ser excessivo, esse Shiraz é realmente delicioso. Ótimos taninos, persistente sabor, retrogosto delicioso e marcante. Tive certa dificuldade em identificar precisamente o que o dito informava ao meu paladar, mas certamente havia frutas vermelhas em perfeita harmonia com os taninos e a acidez. Não faz o estilo "frutadão". Na verdade, é muito, muito bom mesmo de se beber, curtindo o tempo ou os amigos. Já estou com  saudades, mas pena que o preço está alto.
 
Vinícola - Mitolo (McLaren Vale - Austrália). Ainda não provei, mas quero muito degustar o Savitar, outro Shiraz da Mitolo.
 
Quanto paguei - Não me recordo o preço do vinho no Duo (eu não paguei), mas está a R$219,43 na Winestore, que também vende online outros vinhos da Mitolo.
 
Nota - 9,3.

Radici Taurasi Riserva 2005

Sempre é bom brindar com amigos que curtem vinhos. Esse belo exemplar, 100% varietal anglianico, vem da região de Campania,  ao sul da Itália,  e foi devidamente apreciado com um casal de amigos nossos, em meados deste ano. Vinhos do sul da Itália, por não serem tão famosos, são mais em conta que os seus badalados (e deliciosos) primos do norte (regiões de Piemonte e Toscana, principalmente) . Esse  Radici  se mostrou muito bom. Equilibrado, bons taninos, de paladar suave mas persistente. O aroma é bem discreto no início, sendo necessário meia horinha num decanter. Aos poucos o seu potencial se mostra, e com vigor. Vinho pra ser apreciado com calma, conversando, sentindo os seus nuances. Apesar de muito tê-lo apreciado, esperava um pouco mais de intensidade de seu sabor.
 
Aroma - Sutil antes de respirar. Deixamos meia hora decantando. Então veio o aroma animal (couro - gosto muito disso), bem típico de algumas regiões italianas e remete a uma bela fazenda. Meio rústico, meio elegante. As frutas vermelhas (amoras) também se mostraram com vigor, mas sem excessos, sem exageros. Mais um pouco respirando e esse belo vinho exalava aromas sutis, discretos.
 
Sabor - Elegante, aveludado, bom corpo. Esse vinho passa 30 meses em barricas de carvalho, mas isso lhe confere apenas um paladar discreto de madeira, sem excessos que muitas vezes mascaram falta de qualidade. Apesar dos elogios, confesso que esperava um pouco mais do sabor, talvez um pouco mais de personalidade, ou intensidade, sei lá.  Culpa de RP, que lhe deu 95...
 
Vinícola - Mastroberardino (Campania, Itália).  Vinícola de 130 anos.
 
Quanto paguei - não me lembro ao certo, mas hoje está R$237,62 na Mistral (mesma safra).
 
Nota - 9,2.

Tarima Hill 2010


É comum a associação de uma uva a determinado país (malbec-Argentina; shiraz-Austrália; tempranillo-Espanha), mas isso não pode impedir a descoberta de deliciosos vinhos feitos de outras varietais, não tão famosas. O Tarima Hill que bebemos é 100%  uva monastrell. Varietal forte, intensa, taninos firmes e final prolongado. O dito aí de cima correspondeu e se mostrou delicioso. Explosão de aromas, sabor bem encorpado (bota encorpado nisso!), algo arisco até. Não é um vinho "elegante",  mas é uma delícia para quem curte encorpados. E alguns anos de guarda o fariam ainda melhor.
 
Aroma - É só abrir a garrafa que os aromas aparecem, e como! Violetas, chocolate e oliveiras são evidentes. Talvez,  eu tenha sentido fumo. Não sei. As cores são vivas, um vermelho escuro que remete ao sabor encorpado do amigo. Curiosidade: segundo RP sente-se "aroma" de tinta de caneta (e ele deu 93 pontos após dizer isso). Nem sabia que vinho poderia ter cheiro disso.
 
Sabor - Intenso, bem encorpado mesmo, e aveludado. É meio arisco, pois jovem, mas que é gostoso, isso é.  De taninos firmes, esse belo tinto preenche toda a boca. Senti um pouco de pimenta após um tempo. Aliás, a medida que bebíamos, os sabores se mesclavam, mudavam e até melhoravam. E o jeito arisco dele dá para domar com alguns anos de adega.
 
Vinícola - Bodegas Volver (Espanha).
 
Quanto paguei - R$111,00 na Grand Cru em outubro. Só de curiosidade: nos EUA custa U$15,00 (incluindo o frete da Espanha para lá). Na Europa, com impostos mais altos que os americanos, está a 10 euros.
 
Nota -  9,2.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Maitre de Chais Humagne Rouge 2007

Nem sabia que a Suíça produzia vinhos, tampouco conhecia a uva Humagne Rouge. O vinho foi a primeira remessa de outro clube de vinhos que aderi recentemente, Wineland, cuja proposta é, regra geral, enviar vinhos de países exóticos (interessante nicho). Esse suíço vale ser provado no mínimo pela curiosidade. Abri um na semana seguinte à remessa. Pelo preço, em torno de cinquenta reais (se não me falha a memória), é  bem interessante. Tem jeito de vinho europeu rústico, menos frutado, com aroma terroso. A cor é clara, como um pinot noir.
Aroma - Senti algo terroso, remetendo ao campo. Lembrou-me estar em hotel-fazenda com amigos. É agradável, mas não percebi outros nuances. No site da wineland consta  "aromas desconhecidos com uma força indomada". Confesso que não entendi o que isso quer dizer. Parece mais uma frase do RP quando ele quer dizer que gostou, mas não sabe explicar o motivo.
Sabor - Pronto para beber. Vinho leve, de pouco corpo, agradável de beber. Lembrou-me vinhos mais rústicos, feitos em pequena produção, sem a preocupação excessiva de tornar o vinho acessível ao grande público (como "frutados" ou "amadeirados"). Poderia demonstrar maior personalidade. Vamos ver o próximo, que ficará mais um mês na adega até ser devidamente bebido.
Vinícola - Provins Valais (Suíça). Nunca tinha ouvido falar, até porque não conhecia vinhos suíços.
Quanto paguei - aproximadamente cinquenta reais, no clube de vinhos da Wineland.
Nota - 7,5.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Bridlewood Pinot Noir 2011

Tem gente que torce o nariz para pinot noir do Novo Mundo, principalmente porque são frutados e injustamente comparados com seus primos franceses, totalmente diferentes, mais elegantes, clássicos e bem caros. Respeito. Mas não sabem como é gostoso um bom pinot noir do Novo Mundo, ainda mais com queijos leves ou pizza, como uma saborosa margherita, com fatias de mussarela de búfala artesanal. Essa combinação, ou a curiosidade por um ótimo custo x bebefício, justifica a aquisição desse Bridlewood. Vinho gostoso e fácil de beber taí. Honestíssimo.
Aroma - Tem jeito, não. É frutado e é muito gostoso. Senti com facilidade framboesa e geleia de morango logo no início. Não sei se fui influenciado pelos comentários do site vendedor, mas percebi (acho) jabuticaba. Mas nesse caso pode ter sido imaginação. De todo modo, a cada volta na taça sentimos mais aromas, sempre agradável e perfumado.
Sabor - Fácil de gostar e de beber. Desce bem, macio mesmo. Sensação de frescor é nítida.  Vinho de médio corpo em que não se percebe o álcool. É um vinho sem complexidade e sem frescuras. É simplesmente para beber e curtir (bastante!). Cai bem com pizza de ingredientes artesanais e selecionados.
Vinícola - Bridlewood  (EUA). Não conheço tal vinícola, mas imagino que esse seja o seu vinho de batalha, o mais simples. Na wine paguei umas cinquenta pratas. Isso quer dizer que o amigo, antes de chegar ao Brasil (imposto$), devia custar  uns dez dólares (vinte e cinco reais). Fiquei com vontade de conhecer os intermediários da Bridlewood.
Quanto paguei - Em meados desse ano, na Wine.com, com desconto de confraria, paguei cinquentinha na promoção. Valeu  muito a pena. Infelizmente está em falta...
Nota - 8,0

M The Marshall Malbec - Bodega Goulart 2008


Sinto especial satisfação em pagar pouco, para os nossos padrões, e beber um bom vinho. O M da vinícola Goulart é justamente o caso. Um achado, verdadeiro coringa, pois serve para um jantar a dois (pois é fácil de harmonizar) e também para começar uma degustação entre amigos. Devo ter comprado uns três, após receber e aprovar dois em uma confraria.  Quando  está em promoção na Wine vale a pena. Vinho fácil de gostar, estando a safra 2008 no ponto ideal para ser apreciada. E tem mais: não vi excessos nesse malbec (fruta, álcool e taninos na medida certa).  Em quatro meses só sobrou o da foto, implorando para ser bebido logo.
Aroma - Ao abrir, senti pouco coisa,  nada que tenha chamado a atenção. Mas foi só respirar na garrafa que apareceram frutas vermelhas e especiarias. Poderia ter um pouco mais de personalidade, identidade.
Sabor - Nesse item é que o nosso amigo  se destaca. O seu corpo é médio, sendo que  pouco álcool é sentido ao iniciarmos os trabalhos. Aliás, após trinta minutos respirando, vira uma maravilha, principalmente porque é equilibrado, como já dito, com taninos macios. E o mais importante: o paladar sempre se mostra bem agradável -- e isso é o que mais importa. Quem já bebeu o vinho e achou muito alcoólico deveria dar uma chance a mais, numa bela promoção.
Vinícola - Bodega Goulart (Mendonza, Argentina). A vinícola tem história interessante, já que tudo começou com o exílio de oficial brasileiro em terras argentinas na Revolução Constitucionalista de 1932. A herdeira dele comanda a vinícola.
Quanto paguei - Em torno de cinquenta reais, na Wine.com (desconto de confraria). Não pagaria mais do que sessenta (no máximo mesmo).
Nota - 8,5.

Parcela 7 - Von Siebenthal 2009

 
A melhor frase que ouvi sobre beber vinho é "o bom vinho é aquele que gostamos". A segunda melhor é "vinho é para ser bebido, e  não degustado em pequenas doses". Como leigo e  adorador de vinhos, não me canso de repetir isso entre amigos. E o Parcela 7 é justamente isso: vinho gostoso, fácil de apreciar, bom para beber a dois ou com amigos, sem frescuras.  A produção desse vinho atingiu 73.542 garrafas em 2009 (consta isso do rótulo) e o preço, para os nossos padrões, tá muito bom.
 
Aroma - Muito atraente. Percebe-se nitidamente frutas vermelhas e especiarias. Senti também algo que remetia a alfazema e fumo. Novos aromas eram sentidos a cada vez que eu girava a taça. Aliás, ao abrir o vinho (rolha artificial) já senti explosão de frutas.
 
Paladar - O vinho é jovem e precisa respirar, na garrafa mesmo, por uns vinte minutos no mínimo. Deixei trinta minutos parado na garrafa, deixando o dito menos agressivo. Depois de dar aquela respirada,  é só alegria para quem gosta de vinho frutado. A propósito, não senti excesso nas frutas. O vinho é encorpado, mostrando-se persistente na boca. Mas não há excessos.  Os taninos são bons, equilibrados.  Só não recomendo para aqueles que torcem o nariz para os "frutados do Novo Mundo". O blend de uvas varia a cada ano, mas prevalece cabernet sauvignon e merlot, aliando força e maciez, e conferindo inegável equilíbrio. Delícia.
 
Vinícola - Von Siebenthal (Vale Aconcágua, Chile). Vinícola que vem se destacando pelo ótimo "custo x bebefício" dos seus produtos. Achado em época de "dólar alto". 
 
Quanto paguei - R$85,00 na Buywine (já com desconto por fazer parte do clube), em outubro de 2013.
 
Nota - 9,1.