sábado, 14 de dezembro de 2013

Antyial 2009

 
Vinho orgânico de qualidade, comprei esse aí no passeio que fiz a vinícola chilena Antiyal em dezembro de 2011. Após dois anos na adega, não resisti e o abri. Creio que tenha me precipitado, pois o amigo se mostrou ainda jovem para uma degustação exemplar. Mesmo assim estava uma delícia. Na pequena vinícola Antiyal, a uma hora de Santiago, fomos recebidos pelo  próprio dono, que fez questão de enaltecer que todos os componentes desse belo vinho são orgânicos, sem adição de agrotóxicos. Lá provamos dois vinhos bem interessantes, inclusive o ícone da vinícola, que é o próprio Antiyal. Aquele era de uma safra mais antiga e estava no ponto para ser degustado. Já a safra 2009, hoje percebo que seria melhor provar daqui a uns dois ou três anos. Mas agora é tarde, pois eu já o bebi, na companhia de casal d amigos. Os aromas remetem predominantemente a couro  animal bem intenso, lembrando um passeio pela fazenda. No paladar, esse vinho ostentou intensidade, boa acidez e algo agressivo por conta de sua jovialidade, ainda que tenha respirado por uma hora em decanter.
 
Aroma - Agradável couro animal, remetendo a um passeio pela fazenda. Notam-se, também, frutas vermelhas, algo remetendo a groselha. Faltram, contudo, maiores sutilezas, nuances que um vinho ícone deveria apresentar, ou ao menos assim esperamos. 
 
Paladar- Esse interessante vinho, após decantar devidamente por uma hora, ainda se mostrava um pouco arisco por ser jovem. Mesmo assim, estava delicioso, com  bastante intensidade, retrogosto agradável e boa acidez. Quem ainda não abriu a safra 2009, é melhor esperar mais uns anos. Tenho certeza que o tempo equilibrará esse belo vinho, feito com muito carinho e orgulho pelos donos da vinícola.
 
Vinícola - Antyial (Maipo, Chile - a uma hora de Santiago).
 
Quanto paguei - Não sei o valor que pagamos no Chile, mas aqui está a R$212,00 na Buywine (para membros do clube).
 
Nota - 9,0.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Casajus Vendimia Seleccionada 2010


Mais um delicioso vinho espanhol a preço descente vendido no Brasil. A vinícola Casajus, cujos vinho são trazidos ao Brasil pela importadora Grand Cru, tem ótimas opções a partir de cento e poucos reais. Aliás, há um vinho mais barato, o Splendore, de sessenta reais, boa opção pelo custo x benefício.  Robert Parker  conferiu 94 a esta safra do Vendimia Seleccionada  (2010). A nota pode ser exagerada, mas isso não retira desse vinho suas atraentes características.  Os seus ostensivos aromas remetem a especiarias, frutas vermelhas e também a algo de madeira e chocolate. No palato, esse amigo se destaca ainda mais, nos contemplando com ótima acidez, algo apimentado, boa persistência e retrogosto de respeito.  A uva é a pouco conhecida (por mim) tinta del país.
 
Aroma - Logo após o vinho respirar um pouco e a nossa taça ser contemplada com o amigo, percebemos especiarias em profusão, além de frutas vermelhas, madeira e chocolate. Esse conjunto harmonioso deixa o dito ainda mais instigante, convidando a novos goles.
 
Sabor - Lágrimas intensas, sugerindo corpo ao amigo, o que se confirma logo nos primeiros goles, até porque ele amadureceu por vinte e quatro meses em barril de carvalho. No paladar, esse belo e macio vinho mostra boa acidez, persistência e algo de doce, que confunde um pouco os sentidos, mas não retira o prazer de apreciá-lo -- sem muita moderação.  Está prontíssimo para ser degustado.
 
Vinícola - Calvo Casajus (Espanha). Essa boa vinícola é responsável por vinhos de inegável qualidade. Já provei há algum tempo o belíssimo Antigos Vinedos (feito com 100% tempranillo). Há ainda o NIC 2009, que ostenta 97 no RP, mas esse tem que ficar na adega por alguns anos.
 
Preço - R$123,00 na Grand Cru, mas tenho quase certeza que paguei menos na Wine.com, porém lá está em falta atualmente.
 
Nota - 9,0. 

Reynolds Alicante Bouschet 2007


Esse é um ótimo vinho português que me foi remetido pela confraria premium da Wine.com. O amigo combinou muito bem com uma suculenta lasanha a bolonhesa que comemos aqui em casa. Ele se sobressaiu um pouco em relação à massa, é verdade, porém não chegou a afetar o paladar do  prato, pois havia muita carne moída.  Esse vinho  da região de Alentejo  é feito com a uva portuguesa alicante bouschet e se apresenta encorpado, de paladar intenso e atraente. Aromas profundos, estimulando  derrubar a garrafa em nossas  taças com ansiedade pelo próximo gole. Não achei tão bom o da safra 2006, mas esse 2007 estava ótimo.
 
Aromas - Após respirar uns quarenta minutos na garrafa, esse belo vinho exalava especiarias, compota de frutas vermelhas, madeira, tudo muito agradável. Com o tempo foi percebido algo animal, remetendo a couro, ainda que  com muita discrição.
 
Sabor - Encorpado, com ótimos taninos, equilibrado. Enfim, ele é muito fácil de beber. Aliás, acima de tudo, esse vinho é uma delícia no paladar e combinou muito bem com lasanha a bolonhesa (com bastante carne moída). Acho que vale respirar uns quarenta minutos, na própria garrafa, antes do inícios dos trabalhos.
 
Vinícola - Reynolds (Alentejo, Portugal). Sugiro o interessante vídeo sobre a vinícola, acessível pelo site da Wine.
 
Preço - Atualmente está a R$112,00 para membros do clube na Wine.com.
 
Nota - 9,1.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Emilio Moro DO 2007



É o vinho básico dessa conceituada vinícola espanhola. Aqui paguei setenta reais bela belezinha aí e imagino que custe uns dez euros para os felizardos espanhóis. Somente no Brasil é que, por hipocrisia, pagamos mais da metade de uma garrafa em impostos. Falando do que interessa, esse amigo é muito honesto, feito com 100% tempranillo. É um ótimo custo x benefício, sem qualquer sugestão de que o paladar feio artificialmente induzido para simplesmente agradar. Aromas  de compota de frutas vermelhas (levemente doce) e especiarias, além de algo de tabaco. Paladar muito bom. É vinho para ser bebido sem grandes pretensões, a não ser curtir muito o amigo.
 
Aroma - Agradável, algo levemente doce, remetendo a compota de frutas vermelhas. Com o tempo, outros aromas surgiram, com sutileza, lembrando fumo e especiarias.
 
Paladar - O vinho é macio, de médio corpo, é equilibrado, com ótima presença de taninos e boa acidez. Apenas notei um pouco de álcool, mesmo após o dito descansar uns trinta minutos na garrafa após aberta. A safra é de 2007 e não entendi esse álcool. No geral é muito gostoso.
 
Vinícola - Emílio Moro (Espanha), com produção anual de um milhão de garrafas. A vinícola produz um tinto bem conceituado entre especialistas, bem caro (o Malleoulus).
 
Quanto paguei - R$76,00 com desconto da Wine.com.
 
Nota  - 8,5.

Le Dix Los Vascos 2009


Vinho muito bom para uma degustaçãozinha. O Le Dix é o vinho ícone da Los  Vascos,  carregando o selo "Rothschild" (que não diz muita coisa para mim, já que tem muito marketing atualmente e produz algumas belas porcarias). De todo modo, esse amigo é agradável, macio e, acima de tudo, bem gostoso de beber. É um vinho frutado, e que também lembra especiarias, tabaco e algo bem sutil de café. No paladar é redondinho, apesar de o seu gosto não chegar a ser marcante. Vinho pronto para ser devidamente apreciado, mas sugiro respirar por quarenta minutos. Não acho que precisa decantar, mas isso certamente acrescentará charme à brincadeira entre amigos.
 
Aroma - Esse agradável vinho exala uma variedade incrível de aromas. Notam-se frutas vermelhas (sem nenhum excesso enjoativo),  especiarias, madeira (levinho),  baunilha e fumo. A cada girar da taça novo aroma desafia a imaginação, incentivando o inícios dos trabalhos
 
Paladar - Ótimo vinho.  É encorpado, o sue sabor é intenso e bem persistente, sendo ideal para degustações entre amigos. Taninos vistosos e acidez decente, em harmonia. Surpreendeu-meu, já que nunca curti muito os vinhos menores da Los Vascos, geralmente muito alcóolicos. O paladar não chega a ser marcante, como clama qualquer vinho ícone, mas certamente vale prova-lo, até porque, já que não é tão famoso, ostenta preços altos mas não exorbitantes.
 
Vinícola - Los Vascos, Chile.
 
Quanto paguei - Menos de R$ 200,00 na Wine.com, porém está em falta por lá. Vi esse belo vinho a salgados R$245,60 no site Kylisvinhos.com.br.
 
Nota - 9,1.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

El Sueno Carmenere Gran Reserva 2009


Vinho simples, agradável e a bom preço, esse amigo não fez feio para acompanhar uma deliciosa pizza margherita caseira, com ingredientes frescos. Ele é 100% carmenere. Aromas tradicionais de frutas vermelhas e pimentão, sendo que este último pode ser enjoativo para alguns. O sabor é leve, descompromissado, embora agradável. O dito é macio, sem frescuras, para acompanhar refeições italianas ou pizzas caseiras. Aceita ser o coadjuvante numa boa. Respirou vinte minutos na própria garrafa e não sentimos álcool.
 
Aroma - Agradável, havendo presença marcante de frutas vermelhas e pimentão. Há algo remetendo a especiarias, bastante sutil. O álcool não foi sentido, o que é muito bom sinal.
 
Sabor - Leve, agradável, macio. É um vinho simples, sem pretensões, sendo uma interessante companhia coadjuvante para refeições caseiras, como pizzas e massas. Não achei enjoativo, mas os paladares mais exigentes  talvez não gostem, pois há algo doce nele. E faltou personalidade, maior distinção do amigo. Mesmo assim é um bom coadjuvante em refeições italianas para quem gosta da varietal carmenere.
 
Vinícola - Família Geisse (Chile). Essa vinícola, aqui no Brasil, produz deliciosos espumantes.
 
Quanto paguei - Recebi pela confraria da Wineland, porém não consegui saber o valor. Não se trata de produto exclusivo deles. Na Buywine está a R$59,42, já com desconto  para membros.
 
Nota - 8,0.

Terra di Lavoro Roccamonfina 2010


Absolutamente delicioso! Essas palavras são as primeiras que vieram à mente ao degustar esse fabuloso vinho, produzido em Campania, sul da Itália. De aromas instigantes, há também lembranças a couro, chocolate e especiarias. Paladar ótimo, muito persistente, um convite atraente a mais um gole. Esse amigo deve decantar, até porque está novo. Precisa respirar, tomar fôlego e, então, exibir todo o seu potencial. Tenho certeza que mais alguns anos adega farão muito bem (por isso mesmo comprei mais um). Não esperava que um vinho do sul da Itália pudesse ter tanta personalidade, dando verdadeiro banho em muitos barolos e brunellos. Consta do site Via Vino que RP conferiu-lhe 97+ justamente nesta safra (2010). Fechamos a nossa confraria de novembro em alto estilo. Vinhaço! Melhor ainda em ótima companhia.
 
Aroma - Irresistível. Os aromas, intensos, que soltam do decanter são um convite efusivo a bebermos o que está na taça. Percebem-se nitidamente couro e especiarias, havendo notas sutis de geleia de amoras chocolate.
 
Sabor - Indo ao que interessa e começando os trabalhos, é no paladar que esse vinho mostra ser um verdadeiro campeão. O sabor é bastante intenso, permanecendo na boca bem depois de ser bebido. Excelentes taninos, acidez equilibrada, consistência aveludada e corpo robusto. Tudo equilibradíssimo. Além de tudo é elegante, não se percebendo excessos. A intensidade do sabor não afeta o prazer da degustação. Muito pelo contrário: é a certeza de que a garrafa que hoje está na adega deve lá permanecer por uns cinco anos ou mais, aguardando o auge dessa beleza.
 
Vinícola - Fontana Garaldi (Campania, Itália). Situa-se próximo ao extinto vulcão Roccamonfina, o que lhe garante um charme a mais.
 
Preço - Paguei R$350,00 (mais frete) no site Via Vino. Vale cada centavo. 
 
Nota - 9,5.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Catena Zapata Nicasia Malbec 2008


Outro vinhaço que tomamos na confraria. Esse fui eu que ofereci,  já esperando bastante dele, até porque há muito sou fã dessa vinícola. Fez bonito! Delícia mesmo, ainda que carinho aqui no Brasil. O Nicasia é elaborado com a "primeira fileira do vinhedo Altamira, plantada  a uma altitude de 1.180metros" (segundo a Mistral, onde comprei). O amigo é potente, com muita personalidade, atraente a cada gole, com aromas firmes de especiarias e frutas vermelhas. O sabor é realmente excelente, intenso, ótimo retrogosto, um convite a mais goles. O dito foi decantado por uma hora e demonstrou bem a que veio. Equilibrado e deliciosíssimo!

Aroma - É daquele vinho que a cada balançar da taça novo aroma é sentido, nem sempre definido, mas certamente diferente do anterior. Notamos  um perfume bastante instigante, nitidamente remetendo a especiarias, frutas vermelhas (framboesa) e algo de tabaco.

Sabor -  Iniciando os trabalhamos, esse amigo confirmou a expectativa. Vinhaço mesmo!  É encorpado, persistente, com delicioso e intenso retrogosto, macio, um pouco de pimenta e taninos bem equilibrados. Imensa satisfação ao bebê-lo. Ótimo para o consumo imediato, mas há recomendação de guarda por até dez anos na Mistral.

Vinícola - DV Catena - propriedade da  Catena Zapata (Mendoza, Argentina). Site em português. Vale a pena o site para quem deseja um pouco mais de conhecimento sobre a vinícola.

Onde comprei - Na hoje carinha Mistral. Atualmente está a R$306,68 (mais frete!), porém creio ter pago uns  R$250,00 há um ano. Ele ficou na adega descansando por esse período.

Nota - 9,3.

Felix Malbec 2009


Excelente! É um custo x benefício primoroso, verdadeiro exemplo do que deveriam ser os vinhos argentinos aqui, pois pagam menos tributação que  concorrentes de outras nacionalidades, já que o país integra o Mercosul. Sinceramente, não conhecia o amigo, tampouco a vinícola. O vinho foi trazido por casal de amigos na última confraria que realizamos aqui em casa. Talvez pela idade não precisasse decantar, bastando quarenta minutos na garrafa. Felizmente, pela curtição da degustação, ou por outro motivo alheio ao meu pouco conhecimento, decantamos o dito por uma hora. Vinhaço. Jamais poderia dizer que custou tão pouco.  Aromas exuberantes de chocolate, frutas em compota e baunilha, percebidos por todos. Paladar potente, apurado, excelente, inclusive para degustação. Encarou com muita dignidade  um Catena Zapata que valia o triplo do preço (Nicasia 2008). RP conferiu 90 pontos. Sinceramente, não sei onde ele estava com a cabeça (se é que ele estava presente) ao dar 90 para esse vinhaço e  94 para o bonzinho Zorzal (este custa em torno de R$60,00). Gosto é gosto, verdade, mas a mesa inteira adorou.Vou comprar alguns Felix com urgência.
 
Aroma  - Após uma hora decantando, o amigo demonstrou inegável aptidão para encantar todos a mesa. É frutado, sim, remetendo a compota de frutas vermelhas. Mas além disso são marcantes os seus aromas de baunilha e chocolate. O melhor de tudo é que nada disso se mostra enjoativo. Ao contrário: é um estímulo para alcançarmos o decanter e colocarmos mais em nossas taças.
 
Sabor - É aí que esse amigo se mostrou campeão, ainda mais após nossos amigos dizerem o preço durante a nossa brincadeira. Fiquei impressionado. Vinho tão gostoso, por cem reais. É um vinho potente, com taninos firmes, final muito persistente, macio boa acidez, tudo equilibrado. Difícil enxergar defeito em algo tão agradável, com preço justo. E é um vinho muito fácil de beber e gostar, sem grandes sutilezas. O  amigo é frutado... E isso não é demérito algum, pois não tem excessos. Tudo equilibrado. Decantem, ainda que "tecnicamente" não precise.
 
Vinícola - Bodegas Lavaque (Cafayte, Argentina). O site é meio bagunçado e não consegui descobrir qual é o vinho ícone da vinícola. Fiquei bem curioso.
 
Preço - R$97,00 mais frete na boa loja on line Via Vini.
 
Nota - 9,3.

Pulpit Rock Pinotage Shiraz 2011


Gostoso sul-africano, esse Pulpit Rock me foi ofertado pela antiga confraria da Wine.com. Hoje, com a divisão entre a confraria classic e premium, optei pela última. O vinho se mostrou com  paladar simples, sem pretensões, bastante gostoso e agradável. Aromas de frutas vermelhas, um pouco de madeira e, talvez, ameixas. É  um vinho com acidez intensa, podendo desagradar alguns por isso.
 
Aroma - Frutas vermelhas, madeira e algo  remetendo a ameixas. Após não mais de meia horinha na garrafa o amigo exala aromas bem atraentes, estimulando colocarmos mais um pouco dele na taça.
 
Sabor - No início me pareceu sem personalidade. Isso mesmo após 30  minutos no dito paradão na garrafa (e dos aromas interessantes). Felizmente, mais um pouco de tempo, mexendo a taça avidamente,  esse vinho se mostrou bem agradável, de final intenso e gostoso. O ponto negativo foi a acidez excessiva, que não teve jeito mesmo.  Geralmente, não me incomodo com um pouco mais de acidez, mas esse aí exagerou.
 
Vinícola - Pulpit Rock, África do Sul.
 
Quanto paguei - veio pela confraria e hoje, na Wine.com, está a R$68,00, já com desconto para associados. Podia custar um pouco menos pelo que oferece.
 
Nota -  8,0.

sábado, 9 de novembro de 2013

Angove Organic Shiraz Cabernet 2008


Belo exemplo de vinho frutado, agradável e leve, esse australiano é gostoso. O nome Organic não é porque ele é 100% orgânico, mas sim em razão de 1/3 da vinícola ser orgânica, muito embora isso não seja melhor explicado. Mesmo assim, muito agradável. O aroma é bem frutado, intenso mesmo, havendo toques sutis de especiarias, madeira e algo herbáceo. No que mais importa, o paladar, o dito  é muito macio,  sendo bastante agradável, inclusive ao paladar feminino (minha esposa adorou). O gosto é um pouco rústico, pecando um pouco  no retrogosto, mas isso não retira as suas virtudes.
 
Aroma - Bastante frutado, havendo algo herbáceo, além de madeira e especiarias. E nada de álcool para incomodar as minhas narinas.
 
Sabor - Bastante macio, o amigo tem corpo leve, sabor agradável e levemente picante, além de boa acidez. Não senti álcool, sendo que o  deixei respirando por trinta minutos na própria garrafa  antes de começar os trabalhos. O final dele é meio rústico, havendo uma leve pegada no retrogosto. No geral, sabor bem agradável.
 
Vinícola - Angove (Austrália).
 
Quanto paguei -  Recebi pela confraria Selo Reserva premium, mas acho que vale uns oitenta reais. A conferir.

Nota - 8,0.

Vinhas da Ira - Herdade da Mingorra - 2008


Ótimo vinho! Gosto muito dos vinhos equilibrados da região de Alentejo, pois geralmente são fáceis de beber e os preços decentes. Esse aí não foge à regra. É aromático, muito agradável, com vários aromas que estimulam a vontade de seguidamente bebê-lo.  O amigo é de médio corpo, sensação de frescor, com taninos suaves, boa acidez, tudo bem equilibrado. Comprei em uma mega promoção relâmpago, com 40% de desconto, na Buywine. Na época foi um excepcional custo e benefício. Vinho nitidamente com potencial de guarda, sendo que no site da Buywine diz que é de quinze anos.
 
Aroma - O amigo precisa respirar um pouco para mostrar a que veio. E os aromas vão surgindo ficando mais intensos, até o momento de não resistirmos e partirmos para o que interessa. Percebem-se especiarias, terra, chocolate e algo que me remeteu a terra e oliveira. Muito interessante mesmo.
 
Sabor - Após quarenta minuto respirando, partimos para os trabalhos.  O Vinhas da Ira  se mostrou macio, descendo muito bem, sem nada de álcool para incomodar. Taninos suaves, boa acidez, tudo equilibradinho. O corpo é médio, mas a sensação é de um vinho leve, pois ele desce muito bem e não se nota álcool. A persistência deixou a desejar, pois foi pouca intensidade.
 
Vinícola - Herdade da Mingorra (Alentejo, Portugal).
 
Onde comprei - Na Buywine, em uma megapromoção, paguei pouco mais de cem reais. Hoje está a R$169,15, já com desconto para associado.
 
Nota - 9,0.  

Rosso di Montalcino Talenti 2011


Alegre, muito fácil de beber, jovem e de paladar consistente. Em resumo, essas são as principais características desse Rosso di Montalcino, irmão mais barato do Brunello. Li muito bem a respeito do amigo aí em um blog nacional, mas infelizmente não me recordo o nome do blog para citá-lo. Resolvi compra-lo e não me arrependi. Ao contrário. Ótimo custo  x benefício, acompanhou muito bem uma pizza caseira. No aroma percebe-se nitidamente frutas vermelhas em compota, além de especiarias e fumo. O sabor é muito gostoso, agradável, fácil, sem frescuras.
 
Aroma - Intenso, atraente, estimulando levarmos mais vezes a taça à boca. Percebem-se com nitidez frutas vermelhas em compota, fumo e especiarias. O amigo é bem aromático.
 
Sabor - Delicioso, desce muito bem, esse vinho é realmente fácil de beber. Ele é pouco persistente, com taninos macios e agradáveis. Paladar simples, honesto, ótimo para acompanhar pizzas e massas em geral.
 
Vinícola - Talenti (Toscana, Itália).
 
Quanto paguei - R$92,00 na Wine.com, já com desconto de associado.
 
Nota - 8,5.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Altair Sideral 2008


Esse é o segundo vinho da Altair, porém bem abaixo do ícone (em preço e distinção), que leva o mesmo nome da vinícola. O amigo é, sim, bastante agradável e gostoso, mas para beber sem maiores pretensões. As lágrimas que escorrem pela taça são grossas, intensas. Aroma muito agradável, lembrando especiarias, frutas negras, pinho e um pouco de pimentão (não é aquele cheiro enjoativo de alguns carmeneres chilenos). A uva que predomina é a cabernet sauvignon (78%), conferindo corpo, mas há outras na composição do dito, inclusive carmenere (13%). Interessante pedida de bom vinho, em torno de cem reais.
 
Aroma - Bastante atraente ao abrir a garrafa, fica ainda mais intenso ao colocarmos em nossas taças. Percebem-se nitidamente as especiarias, frutas negras (talvez cassis), além  de um pouco de pinho e algo muito sutil de pimentão (nada a ver com aquele intragável cheiro e gosto de "suco de pimentão" de alguns carmeneres chilenos).
 
Sabor - O amigo descansou trinta minutos na garrafa. Começamos os trabalhos e, então, ele se mostrou equilibrado, encorpado (embora macio), final persistente, paladar algo mineral (leve) e madeira. Os taninos são ótimos. Já o retrogosto não foi dos melhores, na  minha modesta opinião. É um vinho bem agradável e fácil de se beber, que está a ótimo preço na Wine.com. Enfim, é um ótimo custo x benefício para quem curte vinhos encorpados.
 
Vinícola - Altair (Chile).
 
Quanto paguei - R$104,80 na Wine.com (com desconto por fazer parte do clube). Uma vez mais a Wine.com dá um banho na importadora, Grand Cru, que cobra R$131,80 (quase 30% a mais). 
 
Nota - 8,5.

sábado, 2 de novembro de 2013

Puy-Marceau 2009


Belo Bordeaux e a bom preço. Geralmente, tenho receio de comprar vinhos franceses por menos de cem reais, pois não costumo dar sorte com eles. Até cem reais, do Velho Mundo, opto por Itália, Portugal e Espanha. Felizmente, taí um ótimo exemplo  de que devemos experimentar qualquer vinho, sem preconceitos. O amigo aí, predominantemente merlot,  me foi enviado pela confraria prime da Selo Reserva. Ele se mostrou caprichado, gostoso,  muito fácil de beber, e que desceu  bem. Abri a garrafa, deixei respirando por não mais que vinte minutos, e sequer sentimos álcool. O paladar é suave, equilibrado, bem agradável.
 
Aroma - Aromas delicados, que se revelam aos poucos, mostrando bastante frutas vermelhas, além de um pouco de carvalho. Com o tempo, aparece também chocolate. Tudo é agradável.
 
Sabor - Facílimo de beber, esse amigo é uma pedida boa para acompanhar queijos e carnes.  Ele é macio, leve, apresenta boa acidez e desce muito bem, principalmente porque o álcool é imperceptível. Moderada persistência e equilíbrio são outras características. Valeu muito a pena e está prontíssimo para ser devidamente bebido.
 
Onde comprei - Recebi como membro da confraria prime da Selo Reserva. Não sei o preço na Selo Reserva, mas procurei um pouco na internet e vi por R$96,00 na Vinoteca São Paulo, porém não é a importadora.
 
Nota - 8,5.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Barbaresco Riserva Rabaja - Produttori del barbaresco 2008


Gosto muito do estilo de um Barbaresco Riserva. É um vinho leve, agradável e de sabor intenso, porém sem o preço e a "complexidade" do Barolo. Havia lido muitos elogios do amigo ai tecidos por RP, que lhe conferiu 96+. O preço (para o Brasil) estava razoável e resolvi comprar. Gostei muito dele, embora não tenha chegado a ser excepcional. Os aromas são variados, muito interessantes mesmo, como flores, café tostado e couro. O paladar é discreto, porém sempre presente, instigando avidamente novos goles. Decantei esse vinho por 40 minutos. Há potencial de guarda por mais uns dez anos, ou mais, segundo RP.
 
Aroma - Não é uma "explosão" de aromas, como outros vinhos por aí (nem sempre tão gostosos). Na verdade, percebe-se uma certa sutileza, pois temos de sentir com calma o vinho. Com o tempo, percebem-se nitidamente, mas sem excessos ou artifícios, couro, flores, café tostado. E é um vinho perfumado com certeza.
 
Sabor - Decantei por quarenta minutos. Não sei se precisava, mas fiz isso mesmo assim. Logo ao colocar em nossas taças, os aromas já imploravam pelos primeiros goles. Fizemos isso. O amigo é aveludado, com taninos intensos (e equilibrados), descendo macio. Há algo de pimenta nele, bem sutil. É um vinho persistente,  sem chegar a ser "interminável". Confesso que esperava um pouco mais do sabor, mais personalidade (identidade). Mesmo assim é um vinho delicioso e vale experimentar. Provavelmente comprarei a próxima safra, mas desta vez ficará na adega um bom tempo. Acompanhou muito bem massa italiana com molho de tomate.
 
Vinícola - Produttori del barbaresco  (Piemonte, Itália).
 
Quanto paguei - R$350,00 + frete no site Via Vini (há interessantes ofertas nessa loja virtual, sendo que a compra de 3 ou 4 bons vinhos já compensa a cobrança de frete para o Sudeste). Na dúvida, compare os preços com os da importadora, incluindo o frete.
 
Nota - 9,2.

Calyptra Zahir Premium 2007

 
Devo ter um problema com a vinícola Calyptra -- ou ela com meu paladar. Já havia provado um vinho mais básico de lá e não gostado. Dessa vez, como tira-teima, comprei logo o ícone. Trata-se de 100% cabernet sauvignon, uma das minhas varietais prediletas. Não tinha como errar. Infelizmente, decepção. Após 40 minutos na garrafa, o dito ainda demonstrava muito álcool. Respirou ainda mais. Os aromas ficaram mais agradáveis após uma hora respirando, percebendo-se chocolate, carvalho e especiarias, além de algo doce. No paladar, o amigo se mostrou de médio corpo, havendo excesso de taninos e sabor pouco marcante, ou seja, vinho sem personalidade, ainda mais para um ícone. Preciso dizer que essa safra foi contemplada com 95 pontos pelo guia Descorchados. Com todo respeito, discordo e acho que o vinho não vale o preço.
 
Aroma - É preciso deixar o amigo respirando bastante, para o forte odor de álcool se dissipar. Mesmo com 40 minutos o vinho ainda exalava álcool. Após uma hora o dito ficou menos agressivo (no aroma) e mostrou chocolate, carvalho e especiarias, além de algo doce, talvez baunilha.
 
Sabor - O grande defeito desse vinho são os seus taninos exageradamente intensos. Gosto de vinhos fortes e com taninos idem, mas há um limite para isso. Esse vinho secou muito a minha boca, e isso incomoda. Além disso, apesar de ser gostosinho, falta personalidade no paladar, ou seja, é um vinho como tantos outros, sem diferencial relevante. Decepção mesmo. 
 
Vinícola - Calyptra (Chile).
 
Quanto paguei - Em torno de R$ 180,00 na Wine.com. Não vale mesmo esse preço.
 
Nota - 7,5.

sábado, 26 de outubro de 2013

Alma Negra M Blend


Muito agradável esse descompromissado vinho (no bom sentido). Caiu muito bem em jantar de família, inclusive com antepastos italianos. É um vinho fácil de beber, frutado, com aromas intensos de frutas vermelhas e especiarias. Predomina a varietal bonarda (70%), mas há também 30% de malbec, conferindo-lhe maior intensidade. Esse aí vale bastante  para um jantar descompromissado, ainda mais pelo seu custo x bebefício. A safra 2009 está prontinha para ser aberta e avidamente bebida.
 
Aroma - Agradável e com bastante intensidade de frutas vermelhas. Especiarias são sentidas com tímida sutileza.
 
Sabor - Fácil de beber, esse amigo acompanha quase qualquer refeição informal. Bons taninos, médio corpo  e final pouco persistente, ainda que bem agradável, são suas principais características. É vinho sem frescura, para abrir e começar logo os trabalhos, não precisando decantar e nem mesmo respirar na garrafa.
 
Vinícola - Ernesto Catena (Mendoza, Argentina).
 
Quanto paguei - Bebi na casa dos meus pais. Está a R$ 75,90 na Mistral.
 
Nota - 8,0.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

La Madrid Gran Reserva Malbec 2007


Ainda não conhecia essa vinícola e, muito menos, a sua linha gran reserva. Queria beber um vinho encorpado e resolvi abrir o amigo aí de cima, que eu havia comprado as cegas. E deu certo. Deixei o dito respirando uns quarenta minutos, para o álcool ir embora.  Recomenda-se decantação por trinta minutos, por conta de eventuais sedimentos do vinho, porém eu não fiz isso e sinceramente acho que não precisa. Após começar os trabalhos, os aromas apareceram com nitidez, principalmente chocolate e especiarias. Sabor agradável e, apesar de ser um vinho encorpado, é fácil de beber, não machuca a garganta quando desce. Só o final que não é persistente. No geral, gostei bastante e compraria de novo, mas acho que vou esperar uma promoção, ou então tentar o vinho top da vinícola (caso o preço permita).
 
Aroma - Chocolate intenso, especiarias (percebe-se canela sem muita dificuldade) e, talvez, pinho. É um vinho perfumado, bem atraente para cheirar antes de cada gole.
 
Sabor - Já que vinho bom é para ser bebido,  colocamos o dito na taça e começamos os trabalhos após a tradicional respirada na garrafa. É macio, muito gostoso, moderadamente frutado, fácil de beber e é encorpado. Bons taninos, porém, como ponto negativo, tem o seu final, que não é persistente. Já que ontem o objetivo era mais o vinho do que a comida, queria que o seu final ficasse mais tempo na minha boca, com aquela sensação de querer mais um pouco do que está na garrafa.
 
Vinícola - La Madrid (Argentina). O site tem versão em português. A propósito, até um tempo atrás, éramos ignorados e tínhamos que nos contentar com portunhol, apesar de sermos um dos maiores consumidores de vinhos e de turismo chilenos e argentinos. Felizmente isso está mudando e para melhor.
 
Quanto paguei - O vinho está a R$113,05 na Buywine, com desconto por fazer parte da confraria. Foi isso que paguei. Já na importadora, Terramatter, está em falta e por isso fico devendo.
 
Nota - 8,5.

Goulart Malbec Malbec 2009

 
Esse vinho desceu muitíssimo  bem. A primeira sensação que tive ao terminar de beber o dito foi justamente essa. Aliás, "descer bem" pode não ser um termo geralmente associado a elegância dos vinhos, que pedem palavras mais sofisticadas,  mas realmente me veio a cabeça assim que acabei os trabalhos. Eu não tinha gostado tanto do Black Legion, outro da vinícola Goulart que me foi enviado este mês pela confraria premium da Wine.com. Esse Malbec, contudo, superou as minhas expectativas. Os aromas são  intensos, havendo muito de chocolate . O sabor é bastante agradável, sendo esse amigo facílimo de beber e de gostar.
 
Aroma - Após 30 minutinhos respirando na garrafa, até antes disso, esse vinho pode ser despejado nas taças. Quando isso acontece é inevitável uma profusão intensa de aromas. O que primeiro vem a mente é chocolate, e esse vinho não tem medo de mostrar isso. Não tem a pretensão de ser elegante, mas sim tem a vontade de ser gostoso, sincero e acessível. Ainda percebemos outros aromas, tudo muito agradável, como frutas vermelhas e alfazema.
 
Sabor  -  Ótimo vinho mesmo. Médio corpo, taninos muito bem equilibrados, sabor persistente, muito macio na boca. Por tudo isso digo e repito: vinho muito fácil de beber. Além disso, não percebi álcool e o vinho desce muito bem pela garganta, o que é de extrema felicidade em se tratando de um vinho ainda jovem, com potencial para ficar mais alguns anos na adega.
 
Vinícola - Goulart (Mendonza, Argentina). Ótima vinícola, sobre a qual já falei em posts anteriores.
 
Quanto paguei - O vinho veio pela confraria premium da Wine e, por ora, está em falta lá. Acho que vale de 80 a 100 reais. Mas na Wine, vez por outra, os vinhos da Goulart entram em ótimas promoções. Vamos ver.
 
Nota - 9,3.
 
 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Chateau Saint Rock Kerbuccio 2011

Ótima aposta para quem deseja um vinho de médio corpo. Essa delícia francesa é elaborada por Grenache (40%), Syrah (40%) e Mouvedere (20%).  Confesso que comprei por conta da nota alta de RP (95). À exceção de vinhos que já experimentei, geralmente compro com base em blogs, crítica especializada e recomendação de amigos. Ocorre que em relação ao amigo aí não achei nada a respeito dele em outros blogs. Fui pelo Parker mesmo e não tenho vergonha de assumir. E também digo e afirmo que é um vinho muito, mas muito gostoso mesmo de se beber. Aromas bastante variados, sendo flores e alfazema os mais evidentes. Corpo médio, macio, tudo beleza para agradar  nosso paladar. É quase um vinho despretensioso, mas certamente dos melhores. Já comprei outro, para ficar na adega alguns anos.
 
Aroma - Vinho novo e com potencial tem que respirar na garrafa, não precisa decantar, mas ficar paradinho respirando na garrafa, isso precisa sim. O amigo aí, após meia horinha paradinho na garrafa, mostrou a que veio logo ao ser avidamente despejado nas nossas taças. Aromas marcantes de flores do campo e alfazema, lembrando um bucólico passeio no campo. Há algo bastante sutil de chocolate e, talvez, fumo. RP também sentiu "terra queimada" e "pedra molhada". Eu não.
 
Sabor - Delícia de vinho. Só no iniciozinho que o dito aí se mostrou meio alcoólico, ainda que não tenha chegado a ser agressivo. Depois que esse belo vinho se acomodou melhor na garrafa aberta, o nosso paladar foi estimulado intensamente. É um vinho macio, de médio corpo, bons taninos, de retrogosto agradável e acidez sutil. O mais importante é que ele é realmente delicioso, fácil de beber, de ser apreciado em uma degustação mais despretensiosa, ou talvez acompanhando uma refeição não muito forte. Gostei, achei fácil de beber, aprovei e comprei outro, porém desta vez vai ficar bonitinho uns anos na adega, pois aposto no potencial pelos próximos cinco anos.
 
Vinícola - Domaine Lafage (região de Roussilion, França). O ignorante aqui desconhece essa vinícola, mas fiquei com muita vontade de saber um pouco mais sobre os seus vinhos.
 
Quanto paguei - Essa beleza custa em promoção dezoito dólares nos EUA (US$ 36 é o preço normal), fazendo dele lá um monumental vinho do dia-a-dia. Aqui eu desembolsei R$170,00 mais frete na interessante loja virtual Via Vini (bons preços para os seus itens em promoção).
 
Nota - 9,2.

Chateau d Issan Margaux 2004

Vinhaço!!! Após respirar por uma hora, esse Margaux foi devidamente degustado na casa de meu sogro dias atrás. Aromas delicados e ao mesmo tempo marcantes de flores, algo animal, frutas negras, tudo bastante sutil, elegante e sem exageros. Paladar absurdamente atraente , com destaques para a maciez e os taninos suaves. Vinho delicioso, para se degustar aos poucos, sem misturá-lo com outros pratos. Margaux está situada no distrito de Haut-Medoc (região de Bordeaux) e é uma apelação de respeito para quem gosta de vinhos de médio corpo.  Eu não paguei nada, pois oferecido por meu sogro,  presente do meu pai, mas como seria óbvio o único  problema do amigo em nossas terras está no seu preço. Custa 40 libras na Inglaterra (R$150,00), um pouco menos na França, porém mais de quinhentos reais por aqui. Não tem carga tributária brasileira (inferior a 100%) que justifique os altos preços cobrados por nossas importadoras. Quem estiver em viagem pela Europa ou EUA recomendo muito esse delicioso Margaux; aqui no Brasil, por enquanto, tá caro demais. Segundo as revistas especializadas, é para beber de 2012 a 2025.
 
Aroma - Delícia discreta. É muito interessante quando um vinho apresenta aromas sutis, pouco intensos,  mas ao mesmo tempo muito atraentes, com bastante evolução no decanter.  Esse vinho  é justamente isso e demanda decantação por uma hora. Os seus aromas vão se alternando cada vez que balançamos nossas taças, implorando para degustarmos o amigo. Percebem-se flores, frutas negras e um pouco de animal, este bastante discreto mesmo.
 
Sabor - Após uma hora devidamente decantando, começamos os trabalhos. Todos à mesa adoramos esse fabuloso vinho. Ele apresenta médio corpo, paladar intenso, lembrando perfeitamente como um vinho Margaux é agradável de se beber. Com taninos e acidez equilibradas, esse fabuloso vinho desce muito bem. Apesar de não ser encorpado, preenche a boca e possui instigante retrogosto, sendo aveludado em sua consistência. A cada gole do dito aí de cima, a sensação irresistível é de colocar mais desse amigo na garrafa. Fácil de beber, de gostar e de querer mais. Vinhaço!
 
Vinícola - Chateau D ´Issan (Margaux, Bordeaux, França). Leigo que sou, não conhecia essa vinícola. No seu site constam outros três vinhos produzidos pela vinícola, porém  com explicações em francês. Fico devendo maiores informações.
 
Quanto paguei - Nada, pois tomei na casa do meu sogro. Na Mistral (importadora) está custando a fortuna de R$516,00.
 
Nota - 9,5.

sábado, 19 de outubro de 2013

Hubert Weber Winemakers Selection 2007

A vinícola é pouco conhecida, mas é um delícia de vinho. É assim que preciso começar  me referindo a essa beleza, feito numa vinícola argentina com nome, creio, alemão. Trata-se de um blend, em que prevalece a cabernet sauvignon (70%). É encorpado, intenso, de final persistente. Suas lágrimas escorrem com força pela taça. Explosão incessante de aromas, me remetendo a cassis, especiarias, carvalho, além de algo bem sutil de fumo e flores.  É uma delícia para se degustar, assistindo a um filme, ou apreciando um bom livro. É preciso alertar que os taninos estavam fortes, mas isso, talvez, porque eu não tenha decantado. Apenas deixei esse vinhaço respirando quarenta minutos na garrafa, o que não se mostrou suficiente. Apesar dos taninos meio agressivos, o resto estava ótimo. Vinho para quem gosta de paladares intensos, merecendo bela degustação.  E não façam como eu, decantem o amigo, porque ele necessita e merece. Ao que consta do site da vinícola, o amigo é o top de lá. Para quem curte guias, o Descorchados conferiu 95 pontos, confirmando a riqueza desse vinho. 
 
Aroma - Esplendido! A variedade de aromas é sentida com facilidade a cada balançar da taça. Instigante mesmo. Notei principalmente carvalho e especiarias. Mas creio ter sentido cassis e, com mais sutileza, algo remetendo a flores e a fumo. Não notei cheiro de álcool.
 
Sabor - Já que o mais importante de um vinho é o paladar, o dito aí de cima é adequado para uma boa degustação -- ou outra atividade aprazível, como leitura ou um bom filme. Isso porque o amigo é delicioso, intenso, encorpado, persistente, bons taninos  e de final prolongado. Acho que notei algo de pimenta. A acidez, contudo, me pareceu o ponto negativo desse vinho. Em razão de sua intensidade, ele deve ser decantado por uns quarenta minutos. Não fiz isso e me arrependi. Enfim, delicioso vinho, que é ideal para uma degustação, em que ficamos aguardando pacientemente (nem sempre) a decantação, a espera de iniciar os trabalhos.
 
Vinícola - Hubert Weber (Mendoza, Argentina). Nunca tinha ouvido falar, mas me despertou curiosidade, pois o proprietário é suíço, salvo engano, e mora em Mendoza. Vinícola boutique, cuja produção é pequena. O amigo aí de cima é apresentado como o top. E é muito bom!
 
Quanto paguei - R$118,15, já com desconto de associado da Buywine.
 
Nota - 9,0.

Chianti Classico Tenuta Sant ´Alfonso 2009


Aqui no Rio de Janeiro ir a um bom restaurante, ainda mais se for sofisticado ou metido a isso, é quase sempre sinônimo de  sentir o meu bolso severamente lesado (fraco custo x benefício).  E se o jantar for "harmonizado", regra geral, significa dois dedos de vinho na taça, sendo que se você pedir mais está arriscado que o sommelier, com sorriso amarelo, diga que o vinho é para "degustação" -- como se isso justificasse a indelicadeza de servir tão pouco vinho. No fundo, a gente sabe que o interesse com isso é o lucro fácil, e  as nossas custas. Isso também acontece em pretensiosas degustações pela cidade maravilhosa, que tanto adoro. Felizmente, na Mesa do Chef do Cipriani tudo foi espetacular. Esse restaurante se situa no Copacabana Palace, hotel mais tradicional do Rio e, para mim, muito mais agradável que o pretensioso Fasano (o do Rio de Janeiro). O Cipriani passou por recente remodelação, tornando-se mais moderno e suave, sem perder a maravilhosa vista para a piscina principal do hotel. Mas aqui estamos falando do jantar harmonizado (Mesa do Chef). Trata-se de uma mesa exclusiva (para até seis pessoas) dentro da refrigerada cozinha do estabelecimento. O novo Chef se chama Orini,  é italiano legítimo, simpático e prepara próximo aos comensais as porções dos pratos a serem degustados, todos fartos e de  bons a excelentes. Não tem espuma e tampouco fumaça. É comida de verdade! E muito saborosa! Éramos seis grandes amigos. Cheguei a doze pratos, todos concluídos e apresentados pelo chef. O recorde de nossa mesa foram treze, mas nos falaram que  teve ocasião em que o comensal passou de vinte. E tudo isso muito bem harmonizado e sem pagar um centavo a mais. No início foi espumante geladíssimo, depois vinhos brancos variados. Já os vinhos tintos ficavam na mesa, à disposição da gente, e eram trocados quando acabavam. E ainda teve o vinho doce. Maravilha. O preço por pessoa é de R$550,00, incluindo gratificação (um garçom à disposição da mesa). E o vinho objeto do meu blog? Bem, esse Chianti clássico aí de cima assumiu o papel de coadjuvante dessa estupenda refeição (estupenda em todos os sentidos).  Quando falamos em degustação de comida, o vinho deve ser um bom coadjuvante, ou seja, não pode brigar com os pratos servidos. O nosso amigo acompanhou bem as massas e os pratos de carne. É um vinho de pouco corpo, leve no aroma e paladar. Não senti álcool, e o dito apenas respirou uns minutinhos na garrafa. Boa acidez, bons taninos. Enfim, tudo certinho para o papel de ótimo coadjuvante. Certamente pode assumir, em outras ocasiões, papel de maior destaque, já que é fácil e agradável de beber. 
 
Aroma - Leve e atraente, remetendo a  frutas vermelhas (sem excessos)  e a algo terroso. Pouco além disso, tal como a maioria dos Chianti Clássicos.
 
Sabor - O principal trunfo desse Chianti é que no apaladar ele acompanha muito bem diversos pratos italianos, como massas com molho de queijo e carnes vermelhas e algumas brancas. Fácil de beber, de gostar, de querer reabastecer a taça. Pouco corpo, mas não chega a ser sem graça. Aliás, esse amigo é acima da média de um Chianti clássico.  Há vezes que um bom vinho é aquele que, com dignidade, assume o papel despretensioso  de coadjuvante em um jantar. Essa é função do nosso amigo aí. Honestíssimo e pronto para ser consumido.
 
Vinícola - Rocca dele Macie (Toscana, Itália).
 
Quanto paguei - um dos vários vinhos incluídos no jantar (foram um espumante, dois brancos, dois tintos e um doce -- tudo à vontade e com reposição de garrafas!). No site da importadora Decanter encontrei essa belezinha por R$124,90. Mas em 2011 estava custando R$ 75,00 na mesma Decanter  ( http://omelhorvinho.uol.com.br/vinhos/view/chianti_classico_tenuta_santralfonso_2007_2). Será que agora, com o dólar baixando, as importadoras que repassaram o aumento da moeda americana  também  diminuirão os preços, com o dólar caindo???
 
Nota - 8,0.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

D V Catena Syrah-Syrah 2010

Almoço em família é muito bom, gosto sempre, independente do prato servido. E fica melhor ainda quando há um  vinho delicioso para acompanhar . Sou fã da vinícola Catena Zapata. À exceção do basicão Los Alamos, acho todos os seus vinhos de muito bom para cima.  Esse delicioso vinho é feito de syrah proveniente de dois vinhedos diferentes, o que lhe confere mais personalidade. Ele é intenso, sim, mas tudo nele é equilibrado. Seus aromas  marcantes são de frutas vermelhas e madeira, além de toques de especiarias, mas não há nada de enjoativo, tampouco adocicado. Na boca, o dito aí de cima mostra-se macio, quase aveludado, com taninos firmes, acidez moderada, final persistente, lágrimas robustas percorrem a taça a cada gole.  O sabor é comportado, sem excessos, sem muita necessidade de  exibir a sua  madeira e suas frutas vermelhas. Preenche a boca, embora o paladar não chegue a ser marcante, talvez até porque o maior mérito do vinho é ser equilibrado, sem grandes pretensões ou invencionices. Justamente por ser comportado, esse amigo é ideal para acompanhar uma boa refeição em família, como massas e carnes, inclusive com aquele jeito caseiro.
 
Aroma - Logo quando o vinho atinge a nossa taça são perceptíveis madeira e frutas vermelhas, tudo na medida para quem gosta de vinhos do Novo Mundo, como eu. Aprecio, também, os comportados europeus. Só não gosto de vinhos comerciais demais, com excessos que procuram ocultar imperfeições. Não é o caso deste DV Syrah-Syrah. Honestíssimo.
 
Sabor - Delicioso e fácil de beber desde o início. Há muitos vinhos de primeira, bem carinhos, que pela complexidade ou idade precisam ser decantados. E há os vinhos jovens, ariscos, que se não descansarem uns trinta minutinhos na garrafa ficam alcóolicos e agressivos  em demasia. Felizmente, esse amigo aqui é perfeito para se abrir e beber com prazer e sem culpa. Nitidamente se percebe frutas vermelhas e madeira, em perfeita harmonia. Não é vinho "complexo", mas sim um ótimo custo x bebefício. O seu jeito discreto é ideal para acompanhar longa refeição em família ou com amigos. É fácil de beber e quase todos gostam, repetindo o ritual de preencher a taça com satisfação crescente.
 
Vinícola - Catena Zapata (Mendoza, Argentina). Espetacular, conceituadíssima em qualquer canto do mundo. Produz vinhaços (caríssimos no Brasil), como o Malbec Argentino e o Estiba Resdervada, além de outros com preços mais acessíveis, como o ótimo Angelica Zapata Malbec. Pena que a importadora no Brasil (Mistral) tenha repassado todo o aumento do dólar aos preços dos vinhos. Pior é que o dólar já abaixou e não senti o reflexo disso nos preços dos vinhos da Mistral.
 
Quanto paguei - Na verdade, foi almoço de família e não paguei nada. Na Mistral está por R$80,44. Verifiquei em um blog mais antigo que há dois anos esse vinho, safra 2006, estava a R$58,00 na mesma Mistral (fonte da informação: http://leigovinho.blogspot.com.br/2011/02/dv-catena-syrah-syrah-2006-kung-fu-de.html ).
 
Nota - 8,5.

B - Black Legion Bodega Goulart 2010

Desde que adquiri -- e devidamente bebi e aprovei -- os vinhos M da Bodega Goulart fiquei curioso para atingir voos maiores, buscando categorias mais elevadas da vinícola. O Black Legion, no preço e na proposta, é superior ao M, o que me gerou muita expectativa. Esse vinho me foi enviado pelo clube premium da Wine.com, recém criado (o clube básico existe há 3 anos). Abri dias depois da remessa, mas acho que me precipitei. O amigo precisava ter descansado um pouco na adega. Ao abrir a garrafa deixei o vinho respirando por trinta minutos, mas sem decantar. No início, senti álcool em excesso. Mas após meia horinha, não havia mais álcool, e surgiam aromas variados em nossas taças, como cassis, amoras, chocolate (bastante sutil) e algo lembrando madeira. No paladar o vinho se mostrou jovem e meio agressivo no início. Depois daquela tradicional respirada na garrafa ele melhorou bem. O dito é muito gostoso, sim, com taninos firmes e final persistente. Porém, a acidez foi sentida um pouco acima do agradável. Continuo sendo fã da vinícola Goulart, pelos vinhos e sua história, relacionada à nossa História. Talvez eu tenha me precipitado ao não decantar o amigo, mas penso que um vinho safra de 2010, que não  tem como proposta elegância e sutileza, deveria bastar uma respirada de trinta minutos na própria garrafa. Enfim, a lição é que para o Black Legion a decantação é recomendável, e por mais de trinta minutos.
 
Aroma - No início muito álcool. Após mais de trinta minutos respirando na garrafa, melhorou muito. Cassis e amoras sentidos em profusão. Notas leves e agradáveis de chocolate  foram percebidas, assim como algo remetendo a madeira. Muito agradável. Cada balanço da taça, um aroma a mais.
 
Sabor - No começo o amigo, mesmo após respirar,  se mostrou meio agressivo, muito jovem. Posso ter me precipitado ao não decantá-lo, mas o dito respirou tranquilamente uns trinta minutos na garrafa antes de começarmos os trabalhos. Após respirar mais um bocado na garrafa, felizmente  a sensação de álcool se dissipou e passamos a curtir muito mais esse belo vinho. Ele é gostoso, com bons taninos, macio e final persistente, com  agradável retrogosto. Médio corpo. Infelizmente, a acidez excessiva persistiu ao longo da brincadeira. Acompanha bem queijos duros, como aqueles "tipo" grana padano não muito gorduroso, cujo preço atualmente é bem em conta no supermercado (o "tipo" grana padano nacional).
 
Vinícola - Boudegas Goulart (Mendonza, Argentina) - já escrevi um pouco sobre ela no post sobre o seu ótimo custo x bebefício M - The Marshall.
 
Quanto paguei - Recebi na primeira remessa do clube premium da Wine.com. Atualmente está em falta na Wine.com e, por isso, deixo  de fornecer o preço. Não encontrei outros sites vendendo.  Penso que um preço justo seja oitenta reais, mas assim que a Wine.com  repuser o estoque eu coloco o preço.
 
Nota - 8,0.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Celler Besllum 2008

Muito  se fala de vinhos espanhóis relativamente baratos, recentemente introduzidos no mercado brasileiro, e com notas altas, principalmente de RP. Digo e insisto que o importante é o cliente ficar satisfeito com o vinho pelo preço que pagou, ao invés de ter como principal parâmetro avaliações da crítica especializada. Nota de "especialista", pra mim, serve  só para ajudar na compra. Na hora de beber, cada um tem o seu gosto. Agora, que esse Celler Besllum é fácil de beber e de agradar, isso é. O amigo aí, composto de 50% garnacha e 50% carignan, tem aromas atraentes de frutas vermelhas, fumo, flores e algo herbáceo. Paladar delicioso, médio corpo, tudo equilibradinho pra agradar na harmonização ou numa degustação entre amigos. Combina muito bem com "tapas" espanhóis, inclusive alguns mais condimentadas. Comprei mais um, que já está na adega, e ficará por um ano. Vamos ver se o tempo lhe fará bem.
 
Aroma - Frutas vermelhas, fumo, um pouco de especiarias e algo meio herbáceo. Vinho que instiga mexermos na taça, para o nosso olfato apreciar a variedade que exala. Tudo muito agradável, nada enjoativo. As flores aparecem após uma respirada na garrafa.
 
Sabor - Após 30 minutos na garrafa, o amigo respirou bem, deixando evidente o seu equilíbrio na acidez e nos ótimos taninos.  O primeiro ataque na boca me pareceu tímido, apesar da inegável maciez (sedoso). A medida em que apreciávamos o dito, acompanhado de "tapas", ficou claro que a sua maior virtude é descer redondinho, bem fácil mesmo.  Alguns gostam mais, outros menos, porém ainda não vi ninguém que torça a cara para esse belo vinho. Ele está prontinho para ser devidamente consumido, de preferência ente amigos, em meio a conversa descompromissada.
 
Vinícola - Celler Malondro (Espanha). Não conheço a vinícola e não consegui acessar o site.
 
Quanto paguei - R$71,40 na Wine.com, já com desconto pelo clube. Na importadora (Grand Cru) está a R$83,00. Realmente, é inadmissível se pagar menos em loja on line do que na própria importadora. Cada vez mais fica evidente para mim que tem importadora usando os pretextos (reais) dos nossos impostos   e do dólar alto para vender com  margem de lucro excessiva ao consumidor final.
 
Nota - 8,5.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Laura Hartwig Gran Reserva 2009

Um bom vinho começa pelo rótulo, que pra mim conta 10% (aroma vale 30% e paladar 60%). O amigo aí de cima, um  blend da Laura Hartwig, repete no rótulo a gravura da senhora que confere nome à vinícola, sua fundadora. Esse desenho sugere  uma vinícola familiar, mais preocupada com as tradições e os terroirs, do que lucro e venda fácil. Na safra 2009, que provamos, prevaleceu a carmenere (67%).  Aromas agradáveis, com frutas vermelhas (predomina cereja) e sugestão de madeira. A cada mexida na taça, novo aroma estimulava a nossa curiosidade. Mas já que vinho é feito para beber, partimos para os trabalhos. Aí é que veio a minha pequena decepção. Esse blend, no paladar, estava comercial demais, com muita necessidade de parecer frutado. Não sou dos tradicionalistas, que curtem apenas os mais elegantes e discretos europeus. Gosto também de vinhos frutados do Novo Mundo. O que não dá são os excessos nitidamente marqueteiros, ainda mais para uma vinícola com esse jeito tão familiar e simpático. Pode ser que eu tenha dado azar, mas  o sabor de groselha estava um pouco enjoativo. Apesar dessas minhas ressalvas, bebemos bem esse amigo, apreciando muito mais os deliciosos aromas e o belo rótulo do que o paladar. Infelizmente, é o sabor que conta ao final de tudo. E eu já havia tomado um reserva (não lembro a varietal) dessa vinícola na casa de amigos, meados deste ano, e havia curtido muito. Isso gerou expectativa maior para esse blend gran reserva. Provavelmente, darei uma nova oportunidade, até porque já li vários elogios a respeito.
 
Aroma - Atraentes sabores exalam da taça a cada balançar. Aparecem cerejas, madeira e especiarias, tudo em perfeita harmonia. É um convite irresistível para iniciarmos os trabalhos e bebermos o vinho que está a nossa frente.
 
Sabor - O nosso amigo respirou trinta minutos na garrafa antes de ser apreciado. Assim, na boca não se mostrava agressivo. Ao contrário, o dito se comportou bem, havendo bons taninos e acidez equilibrada. Infelizmente, o gosto de groselha se mostrou excessivo, um exagero que a meu ver pode ser comercial, de modo que o vinho atenda bem quem curte o perfil frutado dos chilenos. O problema é que eu aprecio vinho frutado, tal como gosto dos mais comportados da Europa. Apesar disso, não consegui me entusiasmar por esse Gran Reserva. O vinho, ao longo do consumo, se mostrou meio enjoativo, talvez levemente "adocicado". Ainda darei mais uma chance, porém não vou arriscar harmonizar com um jantar. Talvez, numa outra safra, venha a ser o primeiro vinho de uma degustação. Assim, se novamente fizer feio, compensaremos com outros depois. E se fizer bonito, o que espero e torço, comprarei outros.
 
Vinícola - Laura Hartwing (Vale Colchagua, Chile).
 
Quanto paguei - R$ 110,42 na Buywine, com desconto por integrar o clube. Aliás, é um absurdo custar R$140,00 na Terramatter, a importadora. Sabemos que os impostos são altos por aqui, porém, quando uma loja on line vende mais barato que a importadora é porque esta está cobrando excessivamente do consumidor final. Como deixo bem claro no meu post, não gosto de pagar mais do que o vinho vale. Bola fora para a Terramatter.
 
Nota - 7,0.